As manhãs de sábado aqui no
Alentejo começam por uma ida cedinho à vila. Caía uma chuva branda que antecipava
a chegada da chuva mais grada que a meteorologia anunciava para a tarde. Está a
chegar, o vento forte assobia nas telhas do monte, as hélices do catavento não
páram e o barulho que fazem também não.
Na vila toda a gente estava
contente com a chuva, as lérias foram sob o signo da água. Não era intensa, já
veio alguma água mas toda a que vier será bem recebida. A Maria Antónia
proclamava, "não tenho horta mas a água também me faz falta". É isso mesmo a
azeitona ainda vai engrossar e pasto aparece a pintar a terra.
Ainda tive tempo de fabricar um bocado
de terra que bem molhada e ao ser remexida pelo escarificador do tractor vai
libertando o aroma reconfortante de que falava Almada Negreiros.
Agora a chuva está a cair forte e
o vento é áspero. Estou contente mas desejo que não faça estragos.
Está, como dizemos por aqui, uma
tarde cabaneira, boa para estar na cabana. Vou encostar-me à leitura com a
banda sonora da chuva a cair.
São também assim os dias do
Alentejo.
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