Uma curiosidade histórica a propósito da notícia dos últimos dias sobre o elevado número de professores que se reformaram antes do início do ano lectivo, 387 neste mês de Setembro.
No dia 8 de Outubro de 2008, o JN
colocava como título em destaque na primeira página, “Professores
reformam-se à média de 400 por mês”. Não foi há muito tempo, foi só há 15
anos.
Na altura escrevi no Atenta Inquietude:
“Aí está a prova para os mais
cépticos, para os velhos do Restelo, que duvidavam do ímpeto reformista da PEC,
Política Educativa em Curso. Os descrentes afirmavam que não era possível tanta
reforma em Portugal. Ponham os olhos nestes números e a viola no saco. Durante
o ano de 2008, 400 professores reformados por mês é pouco? Ainda querem mais
reformas? Quero ver agora o que irão dizer esses habituais arautos da
desconfiança crónica. Como vêem, o Governo não promete apenas, cumpre
efectivamente. Este número representa “apenas” o dobro do ano anterior. Que se
calem os imobilistas que acham que nada muda. Conseguir que se reformem 400
professores por mês, muitos com penalizações por antecipação, é obra, e obra a
sério. Mais uma vez, um grande bem-haja.”
O resto é história, a história da
incompetência de boa parte das políticas públicas em educação.
O resultado está à vista. A minha
questão não é apontar culpados ou “chover no molhado”. O que me preocupa é a
seriedade e competência com que questões críticas na âmbito da educação são tratadas.
A persistente negação da realidade e o enjoativo “mantra” de que tudo está (quase) bem já se torna algo, ética e moralmente, pouco sério.
É mau demais, como ainda há pouco escrevia.
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