terça-feira, 5 de setembro de 2023

UMA CURIOSIDADE HISTÓRICA

 Uma curiosidade histórica a propósito da notícia dos últimos dias sobre o elevado número de professores que se reformaram antes do início do ano lectivo, 387 neste mês de Setembro.

No dia 8 de Outubro de 2008, o JN colocava como título em destaque na primeira página, “Professores reformam-se à média de 400 por mês”. Não foi há muito tempo, foi só há 15 anos.

Na altura escrevi no Atenta Inquietude:

Aí está a prova para os mais cépticos, para os velhos do Restelo, que duvidavam do ímpeto reformista da PEC, Política Educativa em Curso. Os descrentes afirmavam que não era possível tanta reforma em Portugal. Ponham os olhos nestes números e a viola no saco. Durante o ano de 2008, 400 professores reformados por mês é pouco? Ainda querem mais reformas? Quero ver agora o que irão dizer esses habituais arautos da desconfiança crónica. Como vêem, o Governo não promete apenas, cumpre efectivamente. Este número representa “apenas” o dobro do ano anterior. Que se calem os imobilistas que acham que nada muda. Conseguir que se reformem 400 professores por mês, muitos com penalizações por antecipação, é obra, e obra a sério. Mais uma vez, um grande bem-haja.”

O resto é história, a história da incompetência de boa parte das políticas públicas em educação.

O resultado está à vista. A minha questão não é apontar culpados ou “chover no molhado”. O que me preocupa é a seriedade e competência com que questões críticas na âmbito da educação são tratadas.

A persistente negação da realidade e o enjoativo “mantra” de que tudo está (quase) bem já se torna algo, ética e moralmente, pouco sério.

É mau  demais, como ainda há pouco escrevia.


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