As sucessivas tomadas de posição de instituições e profissionais do mundo da educação face à deriva que se apoderou do ME, e as reacções conhecidas mostram cada vez mais um Ministro que viaja tranquilamente em contramão e ao olhar para os viajantes com que se cruza e para o seu ar aflito e preocupado, pensa. "Esta gente anda toda em contramão, que irresponsáveis e incompetentes".
Na imprensa e nas vozes presentes
nas comunidades educativas vai-se divulgando os inúmeros problemas que se
sentem, sendo a falta de docentes, provavelmente, o mais grave e a previsibilidade
que dá segurança desapareceu.
Por outro lado, o Ministro
enreda-se em declarações patéticas que negam a realidade e se deslumbram face a cenários
imaginados. Apontam-se “soluções” que o não são e lidamos com problemas que
rapidamente são negados em nome do “vai correr bem”, “dentro da “normalidade”.
Estranho este novo normal que de normal tem nada.
Este contexto acaba,
naturalmente, por se tornar mais pesado e doloroso para os que gostam,
escolheram e querem ser e continuar a ser professores, a maioria dos docentes, apesar dos discursos de cansaço e desencanto que regularmente se ouvem e que
agora sustentam a robusta reacção dos professores e também a fuga da profissão
mesmo com penalizações significativas. As consequências são para toda a comunidade.
Como já escrevi, desejo que
todos, designadamente quem decide em matéria de políticas públicas, saibamos
que aquilo que é necessário é demasiado importante para que não seja feito e se
devolva, tanto quanto possível, a tranquilidade aos professores, às escolas, às
comunidades educativas.
A questão é que cada vez se torna
mais difícil falar de responsabilidade. Entrámos no mundo da
irresponsabilidade.
Com que preço? Pago por quem?
E não acontece nada?
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