quarta-feira, 13 de setembro de 2023

UM MINISTRO EM CONTRAMÃO

 As sucessivas tomadas de posição de instituições e profissionais do mundo da educação face à deriva que se apoderou do ME, e as reacções conhecidas mostram cada vez mais um Ministro que viaja tranquilamente em contramão e ao olhar para os viajantes com que se cruza e para o seu ar aflito e preocupado, pensa. "Esta gente anda toda em contramão, que irresponsáveis e incompetentes".

Na imprensa e nas vozes presentes nas comunidades educativas vai-se divulgando os inúmeros problemas que se sentem, sendo a falta de docentes, provavelmente, o mais grave e a previsibilidade que dá segurança desapareceu.

Por outro lado, o Ministro enreda-se em declarações patéticas que negam a realidade e se deslumbram face a cenários imaginados. Apontam-se “soluções” que o não são e lidamos com problemas que rapidamente são negados em nome do “vai correr bem”, “dentro da “normalidade”. Estranho este novo normal que de normal tem nada.

Este contexto acaba, naturalmente, por se tornar mais pesado e doloroso para os que gostam, escolheram e querem ser e continuar a ser professores, a maioria dos docentes, apesar dos discursos de cansaço e desencanto que regularmente se ouvem e que agora sustentam a robusta reacção dos professores e também a fuga da profissão mesmo com penalizações significativas. As consequências são para toda a comunidade.

Como já escrevi, desejo que todos, designadamente quem decide em matéria de políticas públicas, saibamos que aquilo que é necessário é demasiado importante para que não seja feito e se devolva, tanto quanto possível, a tranquilidade aos professores, às escolas, às comunidades educativas.

A questão é que cada vez se torna mais difícil falar de responsabilidade. Entrámos no mundo da irresponsabilidade.

Com que preço? Pago por quem?

E não acontece nada?

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