Este fim-de-semana teve início a rentrée cá em casa, sim, porque também passamos por uma "rentrée". A nossa é marcada pela chegada das primeiras chuvas, este ano já em Setembro, mas é a decisão do tempo.
E no Alentejo a primeira água foi brava, uma
trovoada das antigas e prolongada, água de pedra e da grossa e uma chuva grada
durante algum tempo. Confesso que dispensava a água de pedra, vamos ver o
estrago que deixa.
A chuva faz libertar o perfume da
terra e lembro-me sempre do Mestre Almada Negreiros na Invenção do Dia Claro, “Depois,
o cheiro da terra molhada é que me faz de novo animar.”. É retemperador depois
da secura e a terra já não está com a mesma cor.
A rentrée trazida pelas águas é
mesmo a sério, começa outro ciclo, outra vida, outro verde, outra terra, outro
frio lá mais para a frente.
Era bom que as rentrées de que
todos falam assim acontecessem, com algo de novo. Lamentavelmente já começam
velhas, velhas como os que nelas actuam, velhas como as promessas ou as falas
que nelas se ouvem, velhas como a desconfiança e a indiferença que nos pesam e
a desesperança que nos inquieta.
Com a chuva já mais branda e
quase de noite ainda andei um bocado à chuva no monte.
É assim a minha rentrée.
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