No ípsilon, suplemento de sexta-feira do Público, encontra-se uma peça que não se pode ler sem sentir uma emoção grande vinda lá de onde se escondem as nossas melhores emoções, “Contadores de histórias populares: os “ladrões” que congelam o tempo”. Aborda a actividade cativante e carregada de humanidade das(os) contadoras(es) de histórias. Sim, ainda existe Gente que encanta e cativa novos e velhos contando histórias. A peça é imperdível e é serviço público.
Expresso um enorme agradecimento
e reconhecimento aos contadores e contadoras de histórias, citando apenas a
Cristina Taquelim porque conheço algum do seu trabalho realizado a partir de
Beja.
A propósito, deixo um pequeno
texto que já apareceu no Atenta Inquietude, “A história da História”.
O Velho inventou esta História
para contar a uns netos pequenos que gostavam de histórias. A gente, às vezes,
esquece-se que os miúdos gostam de ouvir histórias contadas pelos velhos.
Quando o Velho a inventou era uma História pequena com coisas cómicas e os
miúdos gostavam mesmo dessa História.
Como gostavam muito da história,
quando cresceram contavam a História aos miúdos deles. Como também já se tinham
cruzado com outras histórias a História foi ficando maior, mas tinha sempre
muitas coisas cómicas que faziam rir os miúdos que pediam mais histórias.
A História, de tanto ser contada,
ficou tão grande que foi preciso guardá-la num livro para que não se perdesse.
Mas as histórias muito grandes
que enchem um livro têm um problema, demoram muito tempo a contar e os miúdos
pequenos gostam de histórias mais pequenas e com coisas cómicas.
Por isso, um Velho inventou uma
história mais pequena para contar a uns netos pequenos que gostavam de
histórias. A gente, às vezes, esquece-se que os miúdos gostam de ouvir histórias
contadas pelos velhos. Quando o Velho a inventou era uma História pequena com
coisas cómicas e os miúdos gostavam mesmo dessa História.
E tudo recomeçou.
As histórias não têm fim. Atrás
de uma História vem sempre outra História. Ainda bem.
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