Merece leitura e reflexão o texto de Paulo Guinote no Público,
“Até à Lua e mais além”, dedicado ao trabalho que também aqui referi, “O Impacto
do Professor nas Aprendizagens do Aluno: Estimativas para Portugal” produzido por
investigadores da SBE Nova e do University College de Londres para o Edulog, o “think
tank” para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo.
O trabalho procurou avaliar o impacto dos professores nas
aprendizagens dos alunos e construiu uma “medida”, o VAP – Valor Acrescentado
do Professor.
Como referi em texto anterior é com algumas reservas que
leio as conclusões de diferentes estudos oriundos da área da economia da
educação porque, como disse e do meu ponto de vista, com alguma frequência,
sobra economia e falta educação.
Também a construção deste VAP – Valor Acrescentado do
Professor, tal como a Paulo Guinote, me levanta dúvidas e, já agora, permitam-me
que acrescente à reflexão um episódio vivido há algum tempo.
Estava a participar num conjunto de conversas com alunos do
2º e 3º ciclo em que se discutia o que era essa coisa de ser professor e,
sobretudo, um bom professor.
A maioria dos alunos envolvia-se activamente e a
continuidade das intervenções levou à identificação de uma resposta de um aluno
do 2º ciclo, "bom professor é o que fala com a gente e explica bem".
Esta ideia sintetizava as opiniões expressas pelos alunos que, já
agora, é importante ouvir quando o tempo e a gestão do programa permitem. Talvez a ideia seja demasiado simples, eles ainda não são economistas da educação ou especialistas em matéria que não seja a sua própria vida.
Ainda assim, talvez os alunos tenham razão, os professores que explicam
bem e falam com eles acrescentam os alunos, fazem-nos maiores e melhores. Assim os professores queiram e, sobretudo, possam pois é uma tarefa difícil no meio de inúmeros constrangimentos de natureza diversa.
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