sábado, 26 de junho de 2021

AINDA A PROPÓSITO DO VAP - VALOR ACRESCENTADO DO PROFESSOR

 

Merece leitura e reflexão o texto de Paulo Guinote no Público, “Até à Lua e mais além”, dedicado ao trabalho que também aqui referi, “O Impacto do Professor nas Aprendizagens do Aluno: Estimativas para Portugal” produzido por investigadores da SBE Nova e do University College de Londres para o Edulog, o “think tank” para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo.

O trabalho procurou avaliar o impacto dos professores nas aprendizagens dos alunos e construiu uma “medida”, o VAP – Valor Acrescentado do Professor.

Como referi em texto anterior é com algumas reservas que leio as conclusões de diferentes estudos oriundos da área da economia da educação porque, como disse e do meu ponto de vista, com alguma frequência, sobra economia e falta educação.

Também a construção deste VAP – Valor Acrescentado do Professor, tal como a Paulo Guinote, me levanta dúvidas e, já agora, permitam-me que acrescente à reflexão um episódio vivido há algum tempo.

Estava a participar num conjunto de conversas com alunos do 2º e 3º ciclo em que se discutia o que era essa coisa de ser professor e, sobretudo, um bom professor.

A maioria dos alunos envolvia-se activamente e a continuidade das intervenções levou à identificação de uma resposta de um aluno do 2º ciclo, "bom professor é o que fala com a gente e explica bem". Esta ideia sintetizava as opiniões expressas pelos alunos que, já agora, é importante ouvir quando o tempo e a gestão do programa permitem. Talvez a ideia seja demasiado simples, eles ainda não são economistas da educação ou especialistas em matéria que não seja a sua própria vida.

Ainda assim, talvez os alunos tenham razão, os professores que explicam bem e falam com eles acrescentam os alunos, fazem-nos maiores e melhores. Assim os professores queiram e, sobretudo, possam pois é uma tarefa difícil no meio de inúmeros constrangimentos de natureza diversa.

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