terça-feira, 31 de março de 2020

DOS ESPECIALISTAS


A dureza e imprevisibilidade dos tempos que atravessamos exigem uma capacidade de adaptação gigantesca das pessoas, grandes e pequenas, novas e velhas, das famílias, de entidades e empresas de todas as áreas de actividade em particular das que prestam serviços ou produzem bens imprescindíveis, das políticas públicas e dos recursos  e procedimentos em diferentes sectores, dos serviços e profissionais de saúde em particular, mas de muitos outros como a educação ou segurança social, enfim, de toda a comunidade.
São também tempos exigentes de aprendizagem, de busca de conhecimento e orientação.
Tenho procurado aceder a informação que me pareça de referência, a conhecimento com fontes tão seguras quanto possível, a orientações sustentadas, estar particularmente atento ao que circula nas redes sociais, etc., parece-me um caminho necessário até para nos mantermos críticos e atentos.
Neste percurso tenho ficado perplexo. Não imaginava a quantidade impressionante de especialistas em saúde, em particular de saúde pública, que existia no país. Muita gente reconverteu a sua anterior área de especialidade, a tudologia, e reciclaram-se, peroram sobre pneumologia, virologia, infecciologia, saúde pública e gestão de crises, etc. Acresce ainda, mas sem surpresa, a reconversão das agendas de muitos destes especialistas colocando esta tragédia ao seu serviço, por vezes, de forma absolutamente despudorada.
A minha esperança e confiança é que apesar deles vamos ficar bem ainda que com um preço elevado.
Fiquem bem.

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