O DN solicitou-me uma pequena colaboração para uma peça sobre a situação actual das famílias portuguesas (e
não só) com filhos em idade escolar. As escolas estão encerradas, muitos pais e
ou mães estarão também em casa num tempo que não é de férias e num contexto
completamente atípico.
Como sempre afirmo mesmo em
situações de maior normalidade, por assim dizer, não existe “manual de instruções
para os tempos que vivemos”, "É uma situação nova para todos”.
Será necessário um tempo de
aprendizagem para adultos e mais novos. Não se trata de um tempo de férias, mas
não há escola e também é importante que nos mantenhamos em casa.
A duração desta situação é também
uma variável a ter em conta e com o conhecimento disponível não parece que seja
breve.
Parece-me importante que os mais
novos sejam esclarecidos sobre o que está acontecer de acordo com a sua idade e natural curiosidade mas sendo económico e simples nas abordagens minimizando ansiedade ou medo indefinido que um "excesso" de informação ou a audição de conversas entre nós pode instalar-se.
O estabelecimento ainda que com
flexibilidade de algumas rotinas e alternativas de actividades diversificadas parecer
ser uma ajuda para tanto tempo confinado ao mesmo espaço. Provavelmente e de
acordo com os anos de escolaridade surgirão por parte das escolas algumas
orientações relativamente ao trabalho escolar o que gerido em conjunto, tanto
quanto possível pois muitos pais ainda que em casa terão actividade
profissional e daí a importância da definição de algumas rotinas, pode
facilitar a relação dos mais novos com eventuais tarefas de natureza mais
escolar.
Parece-me ainda necessário que
nós adultos estejamos atentos e desejavelmente serenos pois a própria situação,
só por si, pode ser geradora de alguma intranquilidade e fonte de ansiedade e stresse. Como disse
não existe um manual para lidar eficaz e tranquilamente com esta situação,
atravessamos tempos difíceis para todos.
No entanto, também acredito na
resiliência da generalidade dos pais e das crianças e jovens como também acredito
que os pais vão encontrar forma de dar a mão na travessia destes tempos.
Desta vez não falo de uma eventual
participação e envolvimento dos avós. A evidência conhecida diz-nos que somos
tendencialmente um grupo de risco e, por isso, a colaboração, tal como a escola
… é à distância.
Tudo bem com vocês aí por casa, Simão e Tomás? Daqui a pouco já
conversamos um tempinho.
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