quarta-feira, 24 de agosto de 2016

DA FLEXIBILIZAÇAO CURRICULAR

O ME, em colaboração com a Associação de Professores de Matemática e Sociedade Portuguesa de Matemática, divulgou uma orientação no sentido de possibilitar às escolas e em particular aos professores de Matemática a flexibilização da gestão do programa de Matemática e das respectivas metas nos ensinos básico e secundário.
Esta flexibilização assenta em duas dimensões essenciais, cito do Público, “Os conteúdos podem passar a ser leccionados ao longo do mesmo ciclo, passando a ser admitida a possibilidade de haver objectivos a atingir em anos diferentes do inicialmente previsto ou mesmo em ciclos diferentes” e “as matérias que sejam consideradas “não fundamentais” passam a poder ser facultativas em função das necessidades da turma e dos ritmos de aprendizagem dos seus alunos.”
Não está na agenda uma mudança nos conteúdos que, recorde-se foram alterados há pouco tempo e quando terminava o período de generalização do Programa anterior no caso do Básico.
Por princípio, parece-me ajustado um caminho de flexibilização e mais ainda em consenso com as associações profissionais na definição de orientações em matéria de política educativa.
É certo que parece existir um entendimento generalizado sobre a demasiada extensão dos actuais programas de Matemática e da forma como estão definidas as metas. No entanto, percebo a prudência da alteração, mais uma, dos programas e metas, mas creio que pode causar algum ruído, por exemplo, a definição do que são “matérias não fundamentais” e que passam a ser facultativas.
Finalmente, também me parece que o impacto positivo de uma flexibilização da gestão curricular não decorre  “apenas” de questões do centradas no currículo. Envolve, por exemplo, recursos docentes, turmas com efectivos adequados, apoios a alunos e professores em tempo oportuno, suficientes e competentes.
É nesta área que temo que se constituam alguns obstáculos aos efeitos potencialmente positivos de uma orientação de “flexibilização curricular” sobretudo quando lidamos com currículos pouco flexíveis”.
A ver vamos.

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