sábado, 13 de agosto de 2016

PERFIL DE SAÍDA NO FIM DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA

No DN encontra-se uma entrevista a Guilherme d’Oliveira Martins, coordenador do Grupo de Trabalho criado pelo Governo para definir o perfil de saída do aluno no fim dos 12 anos de escolaridade obrigatória e que deverá apresentar o trabalho até final do ano.
A entrevista não é particularmente elucidativa, talvez ainda seja cedo, mas registo uma ideia de estabilidade e percepção de prazo alargado que são altamente desejáveis num sistema educativo que vive de sobressalto em sobressalto a cada equipa que chega à 5 de Outubro.
Para além de uma ideia de estabilidade e a prazo, julgo que será importante considerar que o cumprimento da escolaridade obrigatória e universal obriga a que o perfil de saída, ou outra designação qualquer, contemple a evidente diversidade dos alunos e a imprescindível diferenciação nos seus trajectos, designadamente nos últimos anos. Se assim não for corremos risco de estabelecer perfis de competência que promoverão exclusão.
Nesta perspectiva parece-me ajustado, tal como se passa noutros países, que seja definido de forma aberta, flexível, económica e desburocratizada.
Tal como Guilherme d’Oliveira Martins refere julgo que devemos desejar um perfil de saída que não seja quase que exclusivamente centrado em competências ou saberes de natureza instrumental, sempre mais fáceis de avaliar e definir, mas mais pobre no sentido de formar pessoas na sua dupla condição de cidadãos e profissionais ou futuros profissionais.
Aguardo com alguma expectativa o “Perfil de saída” a que chegaremos.
Espero ainda que as eventuais mudanças se processem de forma participada, com calendário e metodologia ajustada de forma a minimizar o impacto de mais um processo de mudança.

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