Numa agenda marcada pela crise, o orçamento, as previsões catastrofistas, a retórica dos políticos, ou seja, nada de novo, emerge uma história de amor, coisa importante e que merece reflexão.
O Rapaz, com catorze anos, lá dos lados de Ponte da Barca, enamorou-se via Net, tinha que ser, por uma Rapariga cá dos meus lados, do Seixal, recolhe uns euros para a viagem, pega no carrinho da mãe e faz-se à estrada, o amor é assim, impulso.
Como o amor retira lucidez, o Rapaz vai perceber rapidamente, deixou no quarto o mapa sacado da Net que o traria ao Seixal e, dizem, um bilhete com um apaixonado e original "amo-te baby". Tal descuido valeu-lhe a pronta localização e a interrupção da sua estadia amorosa 400 kms a sul de casa numa espécie de migração afectiva.
Das notícias sobre o assunto relevam comentários sobre os comportamentos do Rapaz, algo isolado, muito dado à companhia do computador, tal como boa parte da gente da sua geração. O avô acha mesmo que a "a culpa é dessas coisas da Internet, onde eles aprendem a fazer de tudo e os levam para estes caminhos", discurso de velho, já se vê embora, na verdade, saibamos que se escondem alguns perigos nestas modernices a que importa estar atento.
Os adolescentes são notícia, quase sempre, pelos maus comportamentos de delinquência ou pré-delinquência que mostram como os tempos estão conturbados e os valores alterados.
No entanto, de vez em quando, uma notícia redentora, um Rapaz de 14 anos apaixona-se e atravessa o país em busca da sua amada, deixando como rasto o mapa anunciado da deslocação e a mensagem que o orienta, "amo-te baby".
Seria bonito que a felicidade deste Rapaz, isolado, pacato e que gosta de computadores, começasse aqui. Força, Rapaz.
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