sábado, 30 de outubro de 2010

IRREQUIETOS OU COM SONO?

A propósito da entrada em vigor da chamada hora de Inverno, o JN aborda hoje o eventual impacto que a mudança de hora poderá ter nos mais novos. Os especialistas ouvidos, quer no âmbito da pediatria quer no âmbito das problemáticas do sono, sublinham que o bom senso dos pais inibe consequências negativas, chamando a atenção para a necessidade de rotinas adequadas e hábitos de sono saudáveis cuja importância é hoje bem conhecida e estudada.
Sobre esta questão algumas notas no mesmo sentido que as opiniões expressas na peça do JN. Muitos trabalhos evidenciam que os mais novos estarão a dormir menos que o desejável e função da idade. A falta de qualidade do sono e do tempo necessário acaba, naturalmente, por comprometer a qualidade de vida das crianças e adolescentes.
Várias investigações sugerem que parte das alterações verificadas nos padrões e hábito relativos ao sono remetem para questões ligadas a stress familiar e sublinham o aumento das queixas relativas a sonolência e alterações comportamentais durante o dia.
É certo que as situações de stress familiar serão importantes mas parece-me necessário não esquecer alguns aspectos relacionados com os estilos de vida. Segundo alguns estudos, perto de 50% das crianças até aos 15 anos terão computador ou televisor no quarto, além do telemóvel.
Acontece que durante o período de sono e sem regulação familiar muitas crianças e adolescentes estarão diante de um ecrã, pc, tv ou telemóvel. Com é óbvio, este comportamento não pode deixar de implicar consequências nos comportamentos durante o dia, sonolência e distracção, ansiedade e, naturalmente, o risco de falta de rendimento escolar num quadro geral de pior qualidade de vida. Creio que, com alguma frequência, os comportamentos dos miúdos, sobretudo nos mais novos, que são de uma forma aligeirada remetidos para o saco sem fundo da hiperactividade e problemas de atenção, estarão associados aos seus hábitos e padrões de sono.
Estas matérias, a presença das novas tecnologias na vida dos mais novos, são problemas novos para muitos pais, eles próprios com níveis baixos de alfabetização informática. Considerando as implicações sérias na vida diária importa que se pondere e possa providenciar alguma orientação e ajuda aos pais que lhes permita acompanhar os filhos na utilização imprescindível e útil, mas regulada e protectora da qualidade de vida de crianças e adolescentes.

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