terça-feira, 26 de outubro de 2010

UM RAPAZ CHAMADO MÁQUINA

Era uma vez um rapaz chamado Máquina o que na verdade é um nome estranho. Acontece que desde muito pequeno as pessoas se espantavam com as suas qualidades e por isso lhe chamavam Máquina, uma Máquina perfeita.
Quando entrou na escola a perfeição e facilidade com que aprendia e resolvia as tarefas tornavam-no uma Máquina aos olhos de colegas e professores.
Como é habitual quando se é mais novo o Máquina habitou-se e gostava de se sentir uma máquina, sempre a funcionar bem, sempre a fazer o trabalho que se esperava com a maior das perfeições. Um pouco mais crescido, aí pelos catorze anos a coisa começou alterar-se até de forma rápida e incompreensível. O Máquina, começou, por assim dizer a falhar, distraía-se nas aulas, esquecia-se de realizar os trabalhos, não completava ou apresentavam erros nunca antes cometidos.
Depois de tantos anos de funcionamento perfeito era com alguma perplexidade que professores e pais assistiam a esta mudança do Máquina que, estranhamente e para acentuar a perplexidade, andava com um ar feliz e contente que nunca lhe tinham conhecido em anos de excelência e perfeição.
O Máquina tinha um segredo, tinha-se apaixonado pela Joana e ela disse que sim.
As pessoas estão sempre convencidas de que as Máquinas não têm coração.

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