O Público refere-se hoje às dificuldades que atravessa a instituição de solidariedade social Ajuda de Berço que apoia cerca de 40 crianças para aí encaminhadas pelas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens.
Nos tempos que correm ninguém estranhará certamente a referência a dificuldades de natureza económica. A crise é grande e, como diz o povo, o dinheiro não chega para tudo. Também penso que será consensual que em tempo de vacas magríssimas temos que ser altamente cautelosos com o rigor dos gastos mesmo na chamada área social.
A questão que se me coloca sempre é a natureza da definição de prioridades que quem decide assume.
Ainda hoje é noticiado no I um estudo defendendo que a redução em 20% do orçamento dos 350 institutos públicos, estruturas de que frequentemente não percebemos as competências e o resultado da sua intervenção, partindo do pressuposto que intervêm em alguma coisa permitiria não aumentar o IVA. Isto quer dizer que se estabelecessem prioridades ajustadas no combate ao desperdício, na promoção do rigor e na justificação dos gastos públicos, talvez pudéssemos evitar notícias como a que serve de base a este texto.
De facto, miúdos que já nasceram em ambientes de exclusão que são retirados das famílias pelas mais variadas razões, continuando vulneráveis e sem voz voltam a estar ameaçados.
É verdade, há gente que não vai livrar-se nunca da sua condição de "em risco" ou de "excluído". A responsabilidade é, também, nossa.
1 comentário:
Espero do fundo do coração que consigam ultrapassar o problema. Tenho 2 filhos pequenos e tudo o que toca ás crianças me aflige sobremaneira.
tenho contribuido na medida das minhas possibilidades e tenho sensibilizado amigos a fazerem o mesmo.
Boa sorte para estas crianças.
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