segunda-feira, 27 de julho de 2015

OS RESULTADOS DA NOVA OPORTUNIDADE NO 4º E 6º ANO

Foram conhecidos os resultados dos exames de “segunda oportunidade” no 1º e 2º ciclo a Português e Matemática destinados a alunos sem aprovação no primeiro exame ou reprovados pelos conselhos de turma.
As comparações entre anos apesar de necessárias devem considerar a gestão por parte do MEC do grau de dificuldade dos exames, algo de recorrente e reconhecido.
Ainda não se conhece o número final de alunos que não transitará de ano pois há que conjugar os resultados dos exames com as avaliações das escolas, mas parece razoavelmente claro que a introdução de exames finais no 4º e no 6º ano a meio de um terceiro período muito curto e a oferta de umas aulas suplementares no final do ano com repetição do exame não serão a melhor forma de promover o sucesso, contrariando trajectos de dificuldades escolares.
Este entendimento não tem rigorosamente a ver com "facilitismo" e, muito menos, com melhoria "administrativa" das estatísticas da educação uma tentação a que nem sempre se resiste, mas sim com a importância de discutir que tipo de apoio, que medidas e recursos devem estar disponíveis ao longo do ciclo para alunos, professores e famílias de forma a evitar a última e genericamente ineficaz medida do chumbo.
Creio que importa não esquecer o impacto que turmas sobrelotadas, metas curriculares excessivas e burocratizadas que inibem a acomodação das diferenças entre os alunos, insuficiência de apoios às dificuldades de alunos e professores durantes todos os anos do ciclo, entre outros aspectos, podem assumir nestes resultados e não constituir o melhor contexto para sustentar a evolução pretendida. Quem conhece minimamente as escolas sabe que o terceiro período dos anos finais de ciclo se transformou num período de preparação obsessiva para os exames que deixa insatisfeitos professores e alunos. Os resultados escolares no 1º e 2º ciclo, nas condições de funcionamento e características das nossas escolas, não se melhoram com uma explicação intensiva realizada no 3º período e no período suplementar de explicações por maior empenho que seja colocado pelos professores. Qualquer professor tem este entendimento embora o MEC insista pois é, obviamente, mais "em conta", por assim dizer, montar umas explicações que estruturar apoios continuados a alunos e professores ao longo do ciclo.
Como está a ser evidente, considerando os resultados globais dos exames em todos os ciclos, é claro que, contrariamente à crença do MEC, a simples realização dos exames não melhora a qualidade dos resultados, aliás, como o Presidente do IAVE reconhece.

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