sábado, 2 de maio de 2015

ESCREVER NA CABEÇA

Para não variar, acabada a lida aqui no Monte eu o Mestre Zé Marrafa ficámos algum tempo nas lérias, acompanhados de umas "minis", evidentemente.
A conversa foi parar, já não me recordo o caminho, a uma situação em que o Mestre Zé aconselhou um companheiro aqui da Vila que tinha uns cães de caça bem adoentados e em risco, a dar umas "arranitas" aos "canitos", abrindo-lhes a boca e enfiando as rãs,  o que quase de certeza lhes faria bem.
Não me façam perguntas, mas, sempre seguindo o Mestre Zé, a verdade é que os cães sobreviveram e ficaram bons, o dono ainda hoje acha o Mestre Zé um grande veterinário. 
Perguntei ao Mestre Zé como ou onde é que tinha aprendido tal "medicina". 
Contou-me que há muitos anos num monte onde trabalhava tinha visto um companheiro fazer esta tratamento a um canito doente que também ficou muito bem e naquele jeito dele, olhos pequenos, pretos a riem-se e a passar os dedos pelo bigode conclui, "ora, a gente vai andando na vida, vai vendo, vai ouvindo, e alguns, eu cá sou assim, vão escrevendo na cabeça e sempre ficamos a saber algumas coisas".
Pois é Mestre Zé, mas muitos, parece que não vêem, parece que não ouvem e ... não escrevem nada na cabeça.
Recordando outro velho sábio que conheci e de quem já vos falei, o Sr. Bata de Inhambane, Moçambique, que dizia, "há gente que são uns sem cabeça, só a usam quando vão à rua e é par terem onde pendurar o chapéu.
Os Velhos, Marrafa e Bata, são uns sábios.

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