Era uma vez um homem, chamava-se Sem Medo. Afirmava a quem o queria ouvir que nada temia e ninguém lhe metia medo. Já não era muito novo e adorava contar as suas aventuras. As pessoas que o conheciam gostavam de as ouvir. Pareciam histórias inventadas, eram bonitas e o Sem Medo tinha jeito para contar as peripécias que lhe tinham acontecido ao longo de muitas vidas. É claro que todas as narrativas descreviam situações em que o Sem Medo demonstrava a sua coragem e ausência de temores de qualquer espécie. O Sem Medo, se lhe dessem oportunidade, passava horas contando as suas destemidas aventuras que pareciam intermináveis, havia sempre mais uma que prendia a atenção de quem estivesse com ele. Um dia, um dos seus sobrinhos, depois de ouvir durante uma tarde uma boa quantidade de histórias, perguntou-lhe, “Tio Sem Medo, para te ter acontecido tanta coisa, já deves ser muito velho, quantos anos tens?”
O Sem Medo, pela primeira vez em muitos anos, sentiu a voz a tremer e um arrepio de medo que o assustou. Tinha um medo enorme do Tempo, pouco, que ainda teria para contar as suas histórias de homem sem medo de nada.
PS – Volto a 29, aqui nos encontraremos, espero.
O Sem Medo, pela primeira vez em muitos anos, sentiu a voz a tremer e um arrepio de medo que o assustou. Tinha um medo enorme do Tempo, pouco, que ainda teria para contar as suas histórias de homem sem medo de nada.
PS – Volto a 29, aqui nos encontraremos, espero.
1 comentário:
Venho aqui, não necessáriamente para comentar uma mensagem em particular, mas para agradecer as palavras e as ideias, enfim, o blog no geral. Agradecer por se manter Atento...e Inquieto!É assim que o "mocho da sabedoria" se alimenta, cresce e evolui. Nunca desista, nunca pare!Portugal agradece.
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