O calendário das consciências assinala hoje o Dia Internacional da Educação. O universo da educação é muito provavelmente o que reúne maior número de especialistas. Raramente se encontra alguém que não tenha discursos bem firmes sobre qualquer assunto em matéria de educação. Aliás, também não é raro que especialistas de outras áreas científicas falem de ciências da educação recorrendo a aspas e produzam com a maior facilidade discursos pejorativos generalizados sobre pessoas/instituições que estudam e trabalham durante décadas em educação ainda que, obviamente, devam estar sob escrutínio.
De facto, para muita gente,
educação não é matéria de saber, é matéria de opinião e portanto … opinam.
É verdade que a educação
atravessa um tempo preocupante. Desde logo porque políticas públicas erradas
trouxeram-nos a uma situação dramática de falta de docentes. Demasiados anos de
desvalorização e penalização da carreira docente levaram a pouca capacidade de
motivação para novos profissionais. A carga burocrática asfixiante, um modelo
de gestão permeável à menor competência e à contaminação com agendas de outra
natureza que não a educação, a falta de recursos humanos para além dos
professores, técnicos e auxiliares de educação são problemas sérios que afectam
a vida das escolas.
A verdade é que, sou suspeito na
afirmação (também tenho a minha agenda), a educação, o sistema educativo, o
desenvolvimento das pessoas e das comunidades, a qualificação dos cidadãos, de todos os cidadãos, são
o motor do desenvolvimento e com impacto muito significativo em todas as áreas
da vida em comunidade.
Não temos muitos motivos para
comemorar, temos mais razões para nos preocuparmos e exigir.
Vamos entrar em campanha para as eleições
legislativas das quais sairá um novo governo. Confesso que a confiança em
mudanças substantivas é baixa, mas queria estar enganado.
A ver vamos.
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