Depois de correcção de alguns trabalhos estava a pôr umas leituras em dia quando dei por mim, mais uma vez, cansado da narrativa da inovação, tudo é, ou deve ser, inovador.
Peço desde já desculpa, será
conversa de velho e corro o risco de ser injusto, mas, já aqui o tenho referido,
cansa a recorrente narrativa da inovação.
As escolas são o agora, o
presente, e é neste presente que se constrói o futuro. Não existem poções
mágicas em educação por mais desejável que possa parecer a sua existência e desafiante a chuva de discursos e projectos de inovação.
Também sei, tantas vezes escrevo
e afirmo, que são necessárias mudanças que acompanhem o tempo. As mudanças
reflectem-se em dimensões como currículo e organização, práticas e
metodologias, autonomia, organização e recursos das escolas, valorização dos
professores, etc.
Por outro lado, e como disse, não
simpatizo com a recorrente referência à inovação, ao “novo” incluindo alguns
discursos da tutela que são velhos de tanta inovação. O desenvolvimento das
comunidades exige ajustamentos regulares no que fazemos em matéria de educação
e em todos os patamares do sistema, este é que é o grande desafio. Umas vezes
melhor, outras vezes com mais sobressaltos, temos feito um caminho importante e
muito mais ainda vamos ter que fazer, mas os ajustamentos que decorrem da
regulação e avaliação não têm que ir atrás da “mágica” ideia da inovação.
Tal como as crianças que só
aprendem a partir do que já sabem, nós também só mudamos a partir do fazemos e
do que sabemos. Este processo assenta num processo que deve ser robusto e
apoiado de auto-regulação e regulação que envolve actores e estruturas, ou
seja, o aluno, o professor, a escola, o ME, o sistema educativo. Dito de outra
maneira, a escola do futuro, seja lá isso o que for, constrói-se valorizando e
cuidando da escola do presente, como disse acima, o futuro é agora.
Mais uma vez desculpem o risco de
ser injusto, mas já sinto cansaço face à narrativa da "inovação"
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