Trata-se de uma boa notícia, pelo segundo ano consecutivo a natalidade sobe em Portugal. Ainda assim, continuamos com um dos mais baixos índices de fecundidade da União Europeia. Acontece ainda que as mulheres são mães cada vez mais tarde e acentua-se a opção por apenas um filho.
As razões para este cenário
preocupante serão múltiplas, mas o custo dos filhos em Portugal e a fragilidade das políticas de família terão certamente um peso significativo.
Apesar do programa de gratuitidade
nas creches a falta de respostas e recursos a preços acessíveis para o
acolhimento a crianças dos 0 aos 3, creches ou amas, e dos 3 aos 6 anos, a
educação pré-escolar, constitui-se como um dos grandes obstáculos a projectos
familiares que incluam filhos, levando aos conhecidos, reconhecidos e
preocupantes baixos níveis de natalidade.
A alteração dos estilos de vida,
a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada motivando
a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas
institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras.
É sabido que nos últimos anos
muitas famílias sentiram enormes dificuldades em assegurar a permanência dos
miúdos nas creches por razões económicas.
Neste quadro a intenção actual de
garantir o acesso à educação pré-escolar aos três anos e criar respostas
acessíveis, física e economicamente, às famílias para as crianças dos zero aos
três anos é imprescindível e urgente.
A promoção de projectos de vida familiar que incluam filhos implica também intervir nas políticas de emprego e protecção do emprego e da parentalidade, de forma séria, na discriminação e combate eficaz a abusos e a precariedade ilegal, na inversão do trajecto de proletarização com salários que não chegam para satisfazer as necessidades de uma família com filhos e custos elevados na educação apesar de uma escolaridade dita gratuita.
Estão a nascer mais crianças, não podemos falhar no seu futuro.
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