sábado, 6 de novembro de 2021

INTERESSANTE, "A ESCOLA NÃO APRENDEU COM A PANDEMIA"

 

O texto de Paulo Prudêncio no Público, “A escola não aprendeu com a pandemia”, levanta algumas questões que merecem reflexão ainda que, em bom rigor e na minha opinião, entenda que, independentemente dos contextos em que nos movemos, todos “aprendemos” algo com as experiências mais pesadas que vivemos.

Entre os vários aspectos ou dimensões consideradas por Paulo Prudêncio como de ajustamento necessário sublinho a questão do peso da burocracia na vida das escolas e professores.

Quando falo nestas questões, sempre recordo João dos Santos, a quem tarda uma homenagem com significado nacional, dizia, cito de memória pelo privilégio de ainda o ter conhecido e ouvido, que em educação o difícil é trabalhar de forma simples, é mais fácil complicar, mas, obviamente, menos eficaz, menos produtivo e muito mais desgastante e dos grandes alimentadores do “complicómetro” é justamente a burocracia pesadíssima no quotidiano da vida das escolas e dos professores

Nesta perspectiva e aproveitando o programa Simplex talvez fosse de caminhar numa maior simplificação e desburocratização dos processos em educação, sejam os de natureza mais administrativa e funcional, sejam mesmo os de natureza mais pedagógica.

que exigem horas sem fim com resultados que muito provavelmente não justificam o “custo” da sua produção. Com é evidente, este custo poderia ser mais bem potenciado com processos mais simplificados.

O quotidiano das escolas e dos professores está “ensopado” em burocracia com o preenchimento de inúmeros documentos, registos, acesso a plataformas, que não parecem em muitas situações fazer parte das soluções, mas sim dos problemas.

No caso mais particular dos alunos com necessidades especiais a gestão dos seus processos educativos é também altamente burocratizada com uma proliferação de processos, classificações, planos variados, que geram ruído e equívocos decorrentes, entre outras razões, do próprio enquadramento legislativo que também ele carece de um Simplex e actualização que tarda.

Seria uma boa altura para recuperar a ideia “simples” de João dos Santos e desligar o “complicómetro” e lembrar que apesar de por vezes parecerem mais difíceis de conseguir, as coisas simples são as mais eficazes.

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