O texto de Paulo Prudêncio no
Público, “A escola não aprendeu com a pandemia”, levanta algumas questões que
merecem reflexão ainda que, em bom rigor e na minha opinião, entenda que,
independentemente dos contextos em que nos movemos, todos “aprendemos” algo com
as experiências mais pesadas que vivemos.
Entre os vários aspectos ou
dimensões consideradas por Paulo Prudêncio como de ajustamento necessário sublinho a questão do peso da burocracia na vida das escolas e professores.
Quando falo nestas questões, sempre
recordo João dos Santos, a quem tarda uma homenagem com significado nacional,
dizia, cito de memória pelo privilégio de ainda o ter conhecido e ouvido, que
em educação o difícil é trabalhar de forma simples, é mais fácil complicar,
mas, obviamente, menos eficaz, menos produtivo e muito mais desgastante e dos
grandes alimentadores do “complicómetro” é justamente a burocracia pesadíssima
no quotidiano da vida das escolas e dos professores
Nesta perspectiva e aproveitando
o programa Simplex talvez fosse de caminhar numa maior simplificação e
desburocratização dos processos em educação, sejam os de natureza mais
administrativa e funcional, sejam mesmo os de natureza mais pedagógica.
que exigem horas sem fim com
resultados que muito provavelmente não justificam o “custo” da sua produção.
Com é evidente, este custo poderia ser mais bem potenciado com processos mais
simplificados.
O quotidiano das escolas e dos
professores está “ensopado” em burocracia com o preenchimento de inúmeros
documentos, registos, acesso a plataformas, que não parecem em muitas situações
fazer parte das soluções, mas sim dos problemas.
No caso mais particular dos
alunos com necessidades especiais a gestão dos seus processos educativos é
também altamente burocratizada com uma proliferação de processos,
classificações, planos variados, que geram ruído e equívocos decorrentes, entre
outras razões, do próprio enquadramento legislativo que também ele carece de um
Simplex e actualização que tarda.
Seria uma boa altura para
recuperar a ideia “simples” de João dos Santos e desligar o “complicómetro” e
lembrar que apesar de por vezes parecerem mais difíceis de conseguir, as coisas
simples são as mais eficazes.
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