O ME divulgou ontem que de acordo com dados do INE a taxa de abandono escolar precoce verificada no 3º trimestre de 2021 é de 5,2%. Esta taxa é um indicador relativo à percentagem de jovens com mais de 18 anos que chega ao mercado de trabalho sem completar o ensino secundário e não está a cumprir um programa de formação.
Os dados conhecidos devem ser
registados como uma boa notícia. Em 2020 a taxa foi de 8,9% o que permitiu
cumprir a meta comprometida com a UE, 10% em 2020.
Uma primeira nota para realçar o
trabalho de alunos, professores, escolas e famílias.
O ME tem vindo associar esta
evolução ao sucesso de programas como as escolas TEIP (Territórios Educativos
de Intervenção Prioritária), ao Programa de Promoção do Sucesso Escolar, ao
Apoio Tutorial Específico, à aposta no Ensino Profissional, e Autonomia e
Flexibilidade Curricular e, obviamente, à revolução na educação inclusiva.
A segunda nota para relembrar o
caderno de encargos que ainda continuamos a ter pela frente, pois sendo
importante que os alunos não abandonem ainda precisamos de assegurar que a sua
continuidade tem sucesso. Os dados conhecidos de escolas e agrupamentos para
construção dos rankings evidencia isso mesmo.
Temos indicadores que mostram que muitos
alunos, estando “ligados” à máquina educativa, ainda lutam, por razões diversas, por uma
trajectória bem-sucedida e importa que cumprir a escolaridade signifique mesmo carreiras
escolares promotoras de competências e capacidades.
Só assim se promove a construção
de projectos de vida viáveis, que proporcionem realização pessoal e base do
desenvolvimento das comunidades.
Neste caminho é fundamental que a
qualidade dos processos educativos e que a existência de dispositivos de apoio
competentes e suficientes às dificuldades de alunos e professores na
generalidade das comunidades educativas seja uma opção clara pois é uma
ferramenta imprescindível à minimização do insucesso.
Por outro lado, importa não
perder de vista a população que abandona e que está em alto risco de que tal
aconteça. Neste sentido é fundamental que a oferta de trajectos diferenciados
de formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa
Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades, ou os anunciados no âmbito do
ensino superior tenha os meios necessários e se resista à tentação do trabalho
para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.
Apesar dos indicadores de
progresso é necessário insistir, merecemos e precisamos de mais e melhor
sucesso e qualificação e menos abandono e exclusão.
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