sábado, 13 de novembro de 2021

ABANDONO ESCOLAR PRECOCE DIMINUI

 O ME divulgou ontem que de acordo com dados do INE a taxa de abandono escolar precoce verificada no 3º trimestre de 2021 é de 5,2%. Esta taxa é um indicador relativo à percentagem de jovens com mais de 18 anos que chega ao mercado de trabalho sem completar o ensino secundário e não está a cumprir um programa de formação.

Os dados conhecidos devem ser registados como uma boa notícia. Em 2020 a taxa foi de 8,9% o que permitiu cumprir a meta comprometida com a UE, 10% em 2020.

Uma primeira nota para realçar o trabalho de alunos, professores, escolas e famílias.

O ME tem vindo associar esta evolução ao sucesso de programas como as escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), ao Programa de Promoção do Sucesso Escolar, ao Apoio Tutorial Específico, à aposta no Ensino Profissional, e Autonomia e Flexibilidade Curricular e, obviamente, à revolução na educação inclusiva.

A segunda nota para relembrar o caderno de encargos que ainda continuamos a ter pela frente, pois sendo importante que os alunos não abandonem ainda precisamos de assegurar que a sua continuidade tem sucesso. Os dados conhecidos de escolas e agrupamentos para construção dos rankings evidencia isso mesmo.

Temos indicadores que mostram que muitos alunos, estando “ligados” à máquina educativa, ainda lutam, por razões diversas, por uma trajectória bem-sucedida e importa que cumprir a escolaridade signifique mesmo carreiras escolares promotoras de competências e capacidades.

Só assim se promove a construção de projectos de vida viáveis, que proporcionem realização pessoal e base do desenvolvimento das comunidades.

Neste caminho é fundamental que a qualidade dos processos educativos e que a existência de dispositivos de apoio competentes e suficientes às dificuldades de alunos e professores na generalidade das comunidades educativas seja uma opção clara pois é uma ferramenta imprescindível à minimização do insucesso.

Por outro lado, importa não perder de vista a população que abandona e que está em alto risco de que tal aconteça. Neste sentido é fundamental que a oferta de trajectos diferenciados de formação e qualificação ou iniciativas em desenvolvimento como o programa Qualifica, sucessor do Novas Oportunidades, ou os anunciados no âmbito do ensino superior tenha os meios necessários e se resista à tentação do trabalho para a “estatística”, confundindo certificar com qualificar.

Apesar dos indicadores de progresso é necessário insistir, merecemos e precisamos de mais e melhor sucesso e qualificação e menos abandono e exclusão.

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