Confirmou-se. Os deputados eleitos para o Parlamento em representação do país seguiram as orientações tão repetidas pelas autoridades de saúde e organizaram-se em bolhas.
Seria expectável que todas as bolhas votassem o Orçamento Geral
de Estado a pensar no país a partir, para as pessoas do país, naturalmente com
base na sua visão política. É assim que
funcionam as democracias com maturidade. Parece que assim não foi.
O resultado é notável, as bolhas do BE e do PC votaram de
forma igual às bolhas do PSD, do CDS, da IL e do Chega. Estão muito bem
acompanhadas e certamente têm uma visão de País, das pessoas do País, que os
leva a tomar exactamente a mesma posição sobre algo tão pouco importante, o OGE.
Tenho alguma dificuldade em entender, ou melhor, em aceitar. Talvez seja por não pensar dentro
de nenhuma das bolhas, mas ter uma ideia para o país, para as pessoas do país, arrumada sem dogmas do lado esquerdo do espectro político se é que ainda podemos falar nestes
termos. Eu insisto.
Como ontem referi, ninguém sabe o resultado das eleições que
aí virão. Boa parte dos eleitores não vive nas bolhas criadas
pelos diferentes partidos e talvez algumas bolhas corram sérios riscos de ter
dado um tiro no pé.
Também pode acontecer que algumas bolhas, incluindo quem se
serve da democracia para atacar a democracia, possam retirar dividendos pelo
bom serviço realizado pelas outras bolhas numa interessante convergência.
Não, repetindo-me, a história não vos absolverá, não
vislumbro, certamente por cegueira política, o que o país, as pessoas ganham
com os jogos das bolhas.
A discussão de Orçamento Geral do Estado transformada numa deplorável
birra de estado.
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