A intenção do Governo de tornar
obrigatória a utilização da aplicação StayAway Covid, ainda que em contextos
identificados, entra directamente para a secção “Mete-me espécie”.
A aplicação não corre em boa
parte dos equipamentos ainda em utilização por nós. Apesar de a proposta
definir universos de utilização e numa perspectiva de generalização importa não
esquecer que, por estranho que pareça, existem portugueses sem telemóvel, sobretudo
idosos, os mais expostos no quadro de saúde que atravessamos.
O telemóvel não é de uso e porte
obrigatório pelo que a medida perde a eficácia que lhe antecipam, mas que não se
percebe, ou melhor, eu não percebo.
Acresce e é incontornável a reflexão sobre a
ameaça que constitui a direitos individuais constitucionalmente garantidos e
pelo que se vai lendo e ouvindo dificilmente passará na análise da sua
conformidade constitucional.
Preocupa-me a apresentação desta
medida pois, certamente estarei errado, sugere algum “desespero”. Recordo a afirmação
de António Costa de que “sentiu a necessidade de dar um abanão”.
Questões desta gravidade não se
gerem a partir de abanões que, do meu ponto de vista, fragilizam quem “abana”.
São situações extremamente difíceis,
como muitas zonas de incerteza, extraordinariamente exigentes em recursos,
flexibilidade e adaptação dos processos de tomada de decisão na gestão do difícil
equilíbrio entre a protecção em termos de saúde que muita gente terá afectada pela Covid-19 ou pelos seus efeitos colaterais e a protecção de alguma saúde
económica cuja deterioração pode ser trágica, mais trágica.
A StayWay Covid é, por assim
dizer mais, algo mais do género daquele inicial “Vai ficar tudo bem”. A realidade é que com a APP a
Covid-19 não fica longe e, não, não vai acabar tudo bem.
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