O fim-de-semana no meu Alentejo ocupado com a rega e o arranjo dos alhos à conversa com o Velho Zé Marrafa, apenas permitiu agora uma vista de olhos na imprensa. Para além da incontornável referência aos acontecimentos da Quinta da Fonte, consequência óbvia e previsível, de décadas de políticas urbanísticas e de alojamento erradas, merece referência, pelo impacto no futuro, o estudo Pro Children apoiado pela UE e divulgado no sábado. Dos nove países europeus envolvidos no estudo, do norte, centro e sul da Europa, as crianças portuguesas de 11 anos são as que evidenciam a mais elevada taxa de peso a mais e obesidade, 30.6% nos rapazes e 21.6% nas raparigas. A obesidade infantil e juvenil pode ser já considerada um sério problema de saúde pública. Não é por acaso que o aparecimento da Diabetes de tipo II em crianças e adolescentes tem disparado. Creio que contei aqui esta história que acho ilustrativa da atitude negligente e estranhamente ignorante de alguns pais. Há pouco tempo, ao tomar a bica da manhã, vi ao meu lado um gaiato que teria 10/11 anos, já bem pesadinho, acompanhado pelo pai, a bater-se com três salgados e uma lata de Cola. Nesta altura em que as crianças estão de férias e muitos pais ainda não, sobe o recurso a alimentos(!) e refrigerantes bem estimulado por publicidade verdadeiramente “terrorista” e maus hábitos de consumo alimentar.
Parece verdadeiramente imprescindível que, sem cair no excesso fundamentalista, a comunidade assuma que hábitos alimentares mais ajustados, são parte da vida que deve existir para além dos bons resultados a português e a matemática.
Parece verdadeiramente imprescindível que, sem cair no excesso fundamentalista, a comunidade assuma que hábitos alimentares mais ajustados, são parte da vida que deve existir para além dos bons resultados a português e a matemática.
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