terça-feira, 22 de julho de 2008

"TALVEZ OS GAJOS NÃO TOPEM"

Ontem referi aqui que os efeitos do arquivamento do processo envolvendo o trágico desaparecimento de Maddie McCann, estão bem para lá do drama familiar. Atingem de forma demolidora a confiança na justiça.
Hoje, numa área completamente diferente temos um relatório do Tribunal de Contas arrasador da gestão de quatro Universidades cujos efeitos estão, também, para além dos factos relatados. Sabemos que, sendo as organizações, qualquer que seja a sua natureza, uma obra humana, carregam, incontornavelmente, o risco do erro. Mas também sabemos que nas sociedades mais desenvolvidas, as Universidades são, devem ser, percebidas socialmente como nichos de excelência face à sua enorme responsabilidade na preparação e qualificação dos indivíduos, riqueza última e essencial ao desenvolvimento de qualquer país. Não é assim possível, sem algum desconforto, perceber que, por erros grosseiros e inadmissíveis de gestão, universidades, espaços onde se verifica a maior densidade de sinapses de boa qualidade por metro quadrado, são, também elas, o reflexo de um país incompetente, de lápis na orelha, à espera do subsídio salvador ou do truque de contabilidade que “talvez os gajos não topem”.

Sem comentários: