Uma vez, um grupo de professores falava dos seus alunos. De uma forma geral, entendiam que os alunos de agora eram piores que os alunos de ontem e de outros ontem. Um dos professores, uns dias depois, contava esta conversa ao Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros. O Professor Velho sorria à medida que ia ouvindo. Depois, naquele jeito baixinho, falou.
“É muito engraçado. Quando crescemos e ficamos mais velhos, começamos a achar que tudo o que era antes, era melhor. Não acontece só com os professores a falar dos miúdos. Toda a gente, de quando em vez pensa, no meu tempo é que era bom, agora é pior.
E porquê Velho?
Quando nós, todos nós, nos confrontamos com coisas, ideias, comportamentos, etc. que não conhecemos bem, não entendemos, ou não nos sentimos preparados, ficamos um bocadinho surpreendidos e inseguros. Então, começamos a recordar o que já conhecemos e que, por isso, não nos inquieta tanto. Assim, pensamos que, se fosse como era antes, saberíamos o que fazer, pensar, entender, o que nos devolve a segurança.
No fundo, todos nos sentimos mais confortáveis com o que já conhecemos. E todos os anos, os professores têm alunos novos. Entendes?”
“É muito engraçado. Quando crescemos e ficamos mais velhos, começamos a achar que tudo o que era antes, era melhor. Não acontece só com os professores a falar dos miúdos. Toda a gente, de quando em vez pensa, no meu tempo é que era bom, agora é pior.
E porquê Velho?
Quando nós, todos nós, nos confrontamos com coisas, ideias, comportamentos, etc. que não conhecemos bem, não entendemos, ou não nos sentimos preparados, ficamos um bocadinho surpreendidos e inseguros. Então, começamos a recordar o que já conhecemos e que, por isso, não nos inquieta tanto. Assim, pensamos que, se fosse como era antes, saberíamos o que fazer, pensar, entender, o que nos devolve a segurança.
No fundo, todos nos sentimos mais confortáveis com o que já conhecemos. E todos os anos, os professores têm alunos novos. Entendes?”
2 comentários:
É mesmo isso Zé! E acho que é também por isto que os professores precisam de ter tanto querer para aguentar estas populações sempre novas e imprevisíveis sem que isso os azede ou desmoralize. Precisamos mesmo é de quem acredite nos professores e os ajude a manter-se frescos debaixo desta solheira... como tu.
Um abraço!
David
Não sei se as coisas são assim tão liminares. Todos os anos os meus alunos se renovam, pelo menos parcialmente. Para ser mais precisa, há 32 anos. E o que tenho vindo a verificar é que, gradualmente, a qualidade dos alunos tem vindo a baixar. E quando me refiro a qualidade, não me refiro aos alunos enquanto seres humanos, mas aos alunos enquanto aprendizes/curiosos do saber. Nos últimos anos, muitos dos meus alunos apenas estão na escola porque é o mal menor e mesmo os que actualmente frequentam um curso profissional (as tais novas oportunidades) apenas o fazem para os pais não os chatearem e não pq pretendam adquirir competências para entrarem mais rapida e eficazmente no mundo do trabalho. Apenas uma minoria muito pequena quer realmente aprender. E é para esses que trabalho, que me esforço a cada ano, pq continuo a pensar que enqto houver, pelo menos, um aluno que quer aprender, todo o meu trabalho valeu a pena. E acredite que isto não é demagogia.
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