sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O FALSO PSIQUIATRA BOM

O Conselho de Ministros aprovou ontem o Plano Nacional de Saúde Mental, instrumento que, desejo, possa contribuir para uma inadiável reforma da prestação de serviços nesta área que, de acordo com os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 2005/2006, afecta 28% da população portuguesa. Um dos eixos centrais dessa reforma será a descentralização, esbatendo as grandes estruturas hospitalares e aproximando os apoios de doentes, famílias e comunidades.
Curiosamente, no mesmo dia era julgado um indivíduo que durante 17 anos trabalhou como psiquiatra, ao londo dos quais prescreveu, consultou e apoiou os que a ele recorreram, participou em formação e palestras e emitiu pareceres especializados. Tudo isto, ao que parece, sem grandes motivos de queixa, ou seja, as pessoas elogiaram-no e ter-se-ão sentido ajudadas. Esta situação causa, naturalmente a maior das perplexidades e terá explicações que não cabem aqui. O meu receio é que, com a actual e fortíssima contenção de custos no Ministério da Saúde, o Sr. Ministro veja aqui uma forma económica e “eficaz” de aumentar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde na área da Saúde Mental. Afinal, parece que basta aquela “lata” e um jeitinho tão nossos.

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