domingo, 21 de outubro de 2007

JOSÉ MANUEL FERNANDES E O DIREITO AO DISPARATE

José Manuel Fernandes, director do Público conhecido pela sua capacidade de opinar sobre tudo (e por isso um dos mais ilustres tudólogos da praça) deu hoje um passo de gigante na aproximação que tem vindo a fazer ao universo mais conservador da opinião publicada em Portugal. O tudólogo JM Fernandes, em Editorial a propósito das afirmações do Nobel da Medicina James Watson (de que ele próprio já se retratou) sobre a inferioridade intelectual dos negros, afirma que as reacções negativas que se desencadearam, cancelamento de conferências por exemplo, configuram um delito de opinião e logo um excesso inaceitável.
Existe um equívoco neste discurso do tudólogo JM Fernandes. Quando alguém entrevista um Nobel da Medicina, precursor dos estudos sobre o ADN não se espera uma “opinião” sobre a eventual superioridade genética dos brancos, espera-se que o seu conhecimento (saber) ajude a compreender as matérias em discussão. Opinião tem o tudólogo JM Fernandes quando fala sobre o que manifestamente não sabe, o que aliás acontece com frequência. É de notar que o próprio Watson em declarações posteriores reconhece que o estado actual dos CONHECIMENTOS (e não das opiniões) não permite sustentar as afirmações que ele próprio subscrevera. No entanto, como vai sendo hábito em Portugal, os medíocres são sempre mais papistas que o papa. Num aspecto concordo com o tudólogo JM Fernandes, não podemos abdicar do direito ao disparate.

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