A minha habitual deslocação para o meu Alentejo, permite que um pequeno comentário ao discurso do Presidente da República com referências à educação e as reacções que lhe seguiram, seja feito depois da poeira assentar e ao mesmo tempo que recupero de uma tarde de sábado agarrado a uma inspiradora marreta a rachar lenha de azinho, enquanto o Mestre Marrafa lavava as oliveiras e laranjeiras, protegendo-as da mosca.
Os discursos dos Presidentes da República, sobretudo os integrados na liturgia da República, não passam normalmente de um exercício retórico, uma espécie de prova de vida política, sustentados num eufemismo chamado “magistratura de influência”. Causa-me, por isso, alguma perplexidade a agitação desenvolvida em torno das ideias (nada de novo) sobre educação desenvolvidas pelo PR. A oposição, como sempre, acha que o discurso é um importante “recado” ao Governo e este, como sempre, acha que o discurso sublinha as suas próprias políticas e preocupações. O habitual, política à portuguesa.
Circunstancialmente, este discurso aconteceu no Dia do Professor, o que amplificou uma referência do Presidente à necessidade dos professores serem prestigiados e de se fazerem prestigiar. Também aqui nada de novo. Parece óbvio que a percepção de confiança de uma comunidade passa, entre muitas outras coisas e sem hierarquia, pela confiança depositada em quem educa os seus filhos, quem administra a justiça e gere a segurança e em quem presta os cuidados de saúde. Acontece que, a conflitualidade de interesses normal nas sociedades democráticas tem uma exacerbada presença na área da educação levando a que nunca, mesmo nunca, se consiga um entendimento mínimo sobre o que fazer e como fazer. Toda a gente tem os seus interesses federados num qualquer sindicato. Isto envolve professores, técnicos e funcionários, políticos, pais, estruturas de formação de professores, autarquias, produtores de material e manuais escolares, comunicação social, etc. Este quadro leva a que, em Portugal, a qualidade na Educação pareça ter de se desenvolver contra estes grupos e não com estes grupos, com o resultado que se conhece. Esta situação é bem ilustrada com a famosa afirmação “admito que perdi os professores mas ganhei a opinião pública” da Ministra da Educação. Vai sendo de tempo de entendermos que a educação é um problema nosso e que, com papéis e modelos diferenciados, temos de encontrar em conjunto os caminhos para uma formação de qualidade e exigente dos que menos vêem os seus interesses representados, os alunos. Continuamos a perder tempo, porra.
Os discursos dos Presidentes da República, sobretudo os integrados na liturgia da República, não passam normalmente de um exercício retórico, uma espécie de prova de vida política, sustentados num eufemismo chamado “magistratura de influência”. Causa-me, por isso, alguma perplexidade a agitação desenvolvida em torno das ideias (nada de novo) sobre educação desenvolvidas pelo PR. A oposição, como sempre, acha que o discurso é um importante “recado” ao Governo e este, como sempre, acha que o discurso sublinha as suas próprias políticas e preocupações. O habitual, política à portuguesa.
Circunstancialmente, este discurso aconteceu no Dia do Professor, o que amplificou uma referência do Presidente à necessidade dos professores serem prestigiados e de se fazerem prestigiar. Também aqui nada de novo. Parece óbvio que a percepção de confiança de uma comunidade passa, entre muitas outras coisas e sem hierarquia, pela confiança depositada em quem educa os seus filhos, quem administra a justiça e gere a segurança e em quem presta os cuidados de saúde. Acontece que, a conflitualidade de interesses normal nas sociedades democráticas tem uma exacerbada presença na área da educação levando a que nunca, mesmo nunca, se consiga um entendimento mínimo sobre o que fazer e como fazer. Toda a gente tem os seus interesses federados num qualquer sindicato. Isto envolve professores, técnicos e funcionários, políticos, pais, estruturas de formação de professores, autarquias, produtores de material e manuais escolares, comunicação social, etc. Este quadro leva a que, em Portugal, a qualidade na Educação pareça ter de se desenvolver contra estes grupos e não com estes grupos, com o resultado que se conhece. Esta situação é bem ilustrada com a famosa afirmação “admito que perdi os professores mas ganhei a opinião pública” da Ministra da Educação. Vai sendo de tempo de entendermos que a educação é um problema nosso e que, com papéis e modelos diferenciados, temos de encontrar em conjunto os caminhos para uma formação de qualidade e exigente dos que menos vêem os seus interesses representados, os alunos. Continuamos a perder tempo, porra.
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