quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A SÍNDROME PÓS-MINISTÉRIO

A ex-ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues assina hoje no DN um texto de opinião com o estimulante título, “O meu filho vai chumbar. O que devo fazer?”. O texto centra-se na análise e reforço da ineficácia genérica da retenção na melhoria dos resultados escolares para além dos efeitos negativos que comporta. Sugere também algumas alternativas com efeitos mais positivos para minimizar o ainda enorme número de alunos que todos os anos chumba em Portugal.
Não temos a continuidade mas é de prever que os pais … façam. Não sabemos exactamente o quê e como, pois, como é sabido, os alunos chumbam por decisão e responsabilidade dos pais.
A ex-ministra da educação continua a sua caminhada no sentido de iluminar a educação em Portugal algo que manifestamente não conseguiu na sua passagem pela 5 de Outubro.
Como já tenho referido, em Portugal verifica-se uma estranha e curiosa situação, muitos ocupantes de funções políticas relevantes após terminarem essas funções apresentam sempre uma visão muito clara do que deve ser a política na área de que foram responsáveis mas que, por incompetência, falta de poder, visão diferente ou qualquer outra justificação, não realizaram. É o que eu chamo a Síndrome Pós-ministério, ou seja, é assim que se deve fazer mas na altura, não me lembrei, não soube, não fui capaz ou ...
Na educação temos vários exemplos.
É verdade que as políticas educativas que se seguiram foram em muitos aspectos absolutamente deploráveis e devastadoras. Embora exista a ideia de que "atrás de mim virá quem bom de mim fará" importa não esquecer que Maria de Lurdes Rodrigues subscreveu medidas de política educativa que mereceram, merecem, profundas críticas e não podem ser esquecidas ou branqueadas pela eventual justeza das opiniões que tem vindo a divulgar. É apenas isto que está em jogo e que expressei em textos anteriores.
Uma nota para referir que, de facto, o texto está em linha com o que também eu tenho escrito por aqui sobre a questão do “chumbo”, folgo como esse entendimento e com opiniões que me pareçam correctas, mas a história é algo de importante e o tempo não faz esquecer tudo.

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