sexta-feira, 10 de julho de 2015

SÓ SE APRENDE A LER E A GOSTAR DE LER ... LENDO

"No ensino secundário, num nível de ensino em que muitos pretendem aceder ao ensino superior, 10 por cento dos alunos nunca leu um livro até ao fim. É um dado que nos deve por a pensar", disse hoje à agência Lusa Leopoldina Viana, da Universidade do Minho e responsável pelo estudo.
Diversos estudos ao longo dos últimos anos têm vindo a evidenciar hábitos insuficientes de leitura e escrita entre os alunos ao longo da escolaridade, lêem e escrevem pouco, o que acentua as dificuldades que, mesmo em processos de escolarização longos incluindo formação universitária, acabam por não ser corrigidos de forma significativa em muitas situações, tal como a permanência de baixos níveis de leitura.
De facto, independentemente das questões relacionadas com as metodologias que foram sendo utilizadas pelos professores, das suas opções e competências na didáctica da Língua portuguesa, certamente passíveis de melhorar através de formação consistente, a grande questão e que parece simples de enunciar será, os alunos, de uma forma geral, lêem e escrevem pouco.
Podemos aduzir uma série de razões para que isto aconteça, questões que decorrem da concorrência da actividade de leitura e escrita com outras actividades ou meios percebidas aos olhos dos alunos como mais apelativas, poucos hábitos de leitura no ambiente familiar, uma equívoco instalado há alguns anos nas concepções sobre práticas pedagógicas que levou muitos professores a recorrerem pouco à actividade de leitura individual e à escrita na sala de aula por parecer “conservador” ou “pouco activo”, etc.
De facto, estamos num tempo em que desde o 1º ciclo, a pressão sobre a escola, a natureza e extensão dos conteúdos curriculares e a visão que os informa, o estabelecimento de metas curriculares de forma excessiva e burocratizada, além de outra variáveis como o tempo passado na escola, criam algumas dificuldades a professores e alunos no sentido de se estruturarem espaços e tempo de leitura e escrita que não sejam no cumprimento estrito das metas e dos manuais ou, naturalmente, fora das actividades lectivas mas como pouco tempo disponível e coma concorrência fortíssima de outras actividades.
Muitos professores, designadamente no 1º ciclo e os de Português nos anos seguintes, referem justamente que seria desejável que os alunos tivessem mais tempo para ler e escrever materiais "livres" dos manuais ou das obras prescritas pelo programa. Os miúdos lêem e escrevem pouco e esses hábitos são persistentes. Apesar de alguns ganhos no âmbito do Plano Nacional de Leitura.
Mas mais do que as razões, e todas contribuirão para a situação que temos, é importante, diria imprescindível, que nos convencêssemos todos, professores, pais e outros actores, que só se aprende a ler, lendo, só se aprende a escrever, escrevendo, só se aprende a andar, andando, só se aprende a falar, falando, etc., etc.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Professor, há mais de 20 anos atrás no Ensino Preparatório, hoje 2º Ciclo tive uma Professora de Português em que as aulas eram na Biblioteca da Escola, explicava as aulas, falava de livros, até houve uma vez que fomos conhecer um escritor.
Aquela Professora deixou marcas e também o gosto pelos Livros e pela Leitura. O meu Obrigado aquela Professora.
Como diz e muito bem, é preciso incutir o gosto pela leitura e isso só se faz lendo.
Cumprimentos e Bom fim de Semana.
Pedro.

Zé Morgado disse...

Pra não variar, estamos de acordo. Um abraço, Pedro