quarta-feira, 25 de maio de 2011

FINALMENTE. No Facebook

Sim, é verdade, sempre afirmei que não alinhava na rede mas como sabem a carne é fraca. Era um desperdiçar de amigos que começava a embaraçar.
Logo que nasci registaram-me, deram-me um nome, José, e deram-me uma Cédula Pessoal, fiquei pessoa, Zé pessoa, é bom, lembro-me de puxar por ela para me matricular na escola primária.
Aos dez anos para poder realizar aquele intimidante exame da quarta classe tirei o Bilhete de Identidade, fiquei, assim, uma pessoa, um Zé com identidade. Foi importante, as fotos da época atestam a pose, a gravata e sobretudo o cabelo com uma popa de brilhantina feita pelo Américo Barbeiro com o maior dos esmeros, era o exame da quarta classe e o Mestre Barbeiro caprichou.
Aos dezoito anos fui à inspecção militar, deram-me uma caderneta militar e disseram que tinha sido o dia mais importante da minha vida porque, cito "tinha entrado mancebo no quartel e saído homem". A minha estranheza e o pedido de explicação motivaram um castigo no meu primeiro e único dia de relação com a instituição militar. Em todo o caso, a partir daquele dia a Pátria ganhou mais um "apto para todo o serviço".
A cidadania ganhou mais uma dimensão quando consegui o cartão de eleitor, não que pudesse eleger, alguns ainda se lembram, houve tempos em que não podíamos eleger.
Há pouco tempo atingi mais um patamar nesta narrativa, o de cidadão encartado, entreguei uma série de cartões e fiquei um Cidadão, com cartão é claro.
Hoje cumpriu-se o destino, entrei na rede, passei a existir, já me sentia um alienígena sem expressão social e, tinha que ser, aderi ao Facebook.
Estou certo que nos encontraremos por aqui e por lá, afinal vamos ser amigos.
Imagino.

3 comentários:

antónio gonzalez disse...

a carne é fraca, dizes bem... Mas o molho é óptimo (sim, com "p", porque me apetece). Bem vindo! Olha, encontrei o teu blogue pelo Facebook, já valeu a pena... (para mim)

Anónimo disse...

Claro que vou ser seu amigo! :)
jorge Castelhano

Zé Morgado disse...

Agradeço a generosidade meu caro Jorge