sábado, 3 de agosto de 2024

A PROPÓSITO DE "QUANTOS BRINQUEDOS SÃO BRINQUEDOS A MAIS?"

No DN encontra-se um trabalho que merece leitura e que tem como título uma pergunta que não tem resposta, “Quantos brinquedos são brinquedos a mais?”.

A este propósito uma história que já por aqui passou.

Um dia, a Maria precisou de levar o filho, o Luís, para a casa onde trabalhava porque ele não podia ficar na escola naquela tarde. Por coincidência, o Martim, o filho da Sra. Dra., miúdo quase da mesma idade do Luís, também veio mais cedo do colégio. Os dois miúdos aproveitaram para brincar um bocado. A lida da escola quase nem deixa tempo para brincar.

Quando o Luís entrou no quarto do Martim ficou um bocado admirado.

Tantos brinquedos, são mesmo muitos.

Dão-me muitos brinquedos, estão sempre a trazer, muitas vezes nem peço nada.

Fixe. Posso jogar com esta consola?

Podes, tenho três, essa é a mais nova.

Três, grande sorte.

Tu não tens consola?

Não.

A tua mãe não te compra?

Compra, eu é que não quero. E tens dois computadores!

Sim esse portátil e aquele em cima da mesa com o ecrã grande para ver filmes e para jogar.

Mesmo fixe.

Não tens computador?

Tinha um que me deram na escola, mas está avariado há muito tempo.

A tua mãe não te compra um?

Compra, eu é que não quero. Mas tens tantos jogos! E filmes! E livros!

Que filmes é que tu tens, podíamos trocar.

Eu não tenho filmes.

A tua mãe não te compra filmes?

Compra, eu é que não quero.

Entretanto a Maria, a mãe do Luís, veio chamá-lo para irem embora, já tinha chegado a Sra. Dra. e ficava com o Martim. O Luís saiu a olhar para aquelas coisas todas que a mãe não lhe comprava porque ele não queria.


O brincar da infância vai-se encurtando, algum dia os miúdos vão nascer crescidos para já não precisarem de brincar. Tempo para brincar talvez seja o brinquedo que os miúdos mais precisam.

Como sempre digo, brincar é a coisa mais séria que as crianças fazem. No brincar põem tudo o que são, sendo ainda a base de tudo o que vão ser.

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