Iniciaram-se ontem em Paris os Jogos Paralímpicos, a competição olímpica para pessoas com deficiência. Como sabem a competição olímpica para pessoas, por assim dizer … normais, chamam-se Jogos Olímpicos. Portugal estará representado por 27 atletas de 10 modalidades e, certamente por razões de espaço, em nenhuma primeira página de ontem dos jornais desportivos nacionais, perdão jornais futebolísticos nacionais, estava referenciado o evento.
É também por razões como esta que
insisto numa das minhas utopias, um dia teremos apenas Jogos Olímpicos. Todas
as provas, de todos os desportistas, se realizarão no mesmo espaço de tempo e
nos mesmos espaços físicos de acordo, evidentemente, com as exigências
específicas.
Não me parece impossível em
termos de organização e assim como tenho dificuldade em aceitar que uma piscina
pública seja frequentada muitas vezes por um grupo de pessoas com deficiência
em “horário próprio” ou com pistas “reservadas” e sem que seja por razões de
segurança, também acho que as pessoas, todas as pessoas, podem competir num
mesmo evento nas respectivas provas.
Lembro-me sempre da afirmação de
Biesta, a história da inclusão é a história da democracia e, do meu ponto de
vista, também passa por aqui.
Só depende de nós.
Sim, eu sei, é um sonho olímpico.
Será, mas não é seguramente paralímpico.
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