Por aqui no Alentejo, mas creio que por todo o país, em particular no interior, o calor aperta.
Como é muito frequente, sobretudo
quando estou no monte, lembrei-me do nosso querido Mestre Zé Marrafa que continua numa situação que não
merecia, o seu Deus não o protegeu “levando-o”, peço desculpa pela frieza, mas
o sofrimento é sempre … sofrimento, para todos. E aqui nós gostamos muito do
Mestre Zé, quase trinta anos de lida e de lérias e sempre de aprendizagem e
afecto.
E lembrei-me porque mais uma vez
em Agosto se fala do tempo quente no Alentejo e dos alertas que o anunciam.
Sempre nos ríamos, quando o
Mestre Zé dizia, a rir com os olhos pequeninos, deviam mandar alertas é se
viesse frio, agora calor em Agosto, queriam que viesse quando, é o Alentejo.
É verdade Mestre Zé, no Verão o
Alentejo é calor, é assim que é o Alentejo e é assim que gostamos do Alentejo no
Verão.
Mas sabe Mestre Zé, o calor em
demasia está cada vez mais frequente, e não só nos mais habituais meses de
Julho e Agosto. A natureza não perdoa a quem a maltrata, traz a seca, uma seca
grande e malina. A seca come o nosso Alentejo.
Não adianta pintá-lo de verde com
as culturas superintensivas de olival ou amendoal que irresponsavelmente e
criminosamente vão aumentando, a terra por baixo vai morrendo e a seguir irá
morrer por cima.
Se não atalharmos caminho, ainda
estamos a tempo assim queiram os homens, vamos ficar com o deserto, com uma
terra nua por cada vez mais tempo. E nessa altura que terão os nossos netos?
Desculpem lá o desabafo pouco
optimista, se calhar foi por causa do calor, mas … o Alentejo é sempre lindo, tem
com o amarelo e castanho do tempo desta abafura, como por aqui se fala.
Não quero imaginá-lo um deserto.
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