sexta-feira, 24 de março de 2017

OUTRO DIÁLOGO IMPROVÁVEL. SE EU FOSSE DIFERENTE JÁ NÃO ERA EU

Num dia destes a Maria ia a passar num corredor da escola e quase esbarrava com o Professor Velho, aquele que está na biblioteca e fala com os livros.
Olá Velho, vais estar na para a Biblioteca? À tarde passo lá.
Boa ideia, temos uns livros e uns CDs novos que acho que vais gostar. Estás bem?
Sim, mas agora na aula fiquei com a impressão de que a Setora Joana não gosta de mim.
Porque é que dizes isso?
Disse-me que eu tenho de ser diferente.
Então e porque é que tu achas que isso significa que não gosta de ti?
Velho, se tu fosses diferente já não eras como és, não é?
Bem, de certa forma tens razão, se eu fosse diferente, não poderia ser como sou.
Vês, eu gosto de ti porque tu és assim. Se fosses diferente eu não sei se gostaria de ti. Por isso não quero que sejas diferente do que és. A Setora Joana quer que eu seja diferente, é porque não gosta de mim.
Não Maria, é que …
Olha Velho está a tocar, tenho que ir para a aula. Até logo.
Por que razão lhes dizemos tantas vezes que têm de ser diferentes? 

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