Uma peça do JN retoma o relatório recentemente divulgado pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, “Síntese de resultados - Suporte à aprendizagem e à Inclusão, 2022/2023”, que já aqui referi.
Considerando um total de 88 682
alunos sinalizados e com Relatório Técnico Pedagógico, 39529 (44,6%) receberam pelo menos
um apoio especializado nos termos definidos pelo DL 54/2018 que também prevê
que os alunos possam beneficiar de mais do que um apoio especializado.
Este dado sobre os alunos
sinalizados e o que daí decorre ou não, lembrou-me uma história que já aqui contei, a história
do Sinalizado.
Era uma vez um rapaz chamado
Sinalizado. Filho de uma mãe muito nova e pouco preparada para ser mãe, nasceu
antes de tempo e ficou Sinalizado, nome curioso. E assim continuou.
Em pequeno, devido às condições
muito precárias e com bastante dificuldade em que a sua família vivia,
continuou Sinalizado.
À entrada na escola com a mochila
que já carregava logo perceberam que devia ser Sinalizado. E foi. Toda a gente
conhecia o Sinalizado, toda a gente sabia das circunstâncias de vida do rapaz,
por isso mesmo era um Sinalizado.
Mais crescido, os problemas em
que estava frequentemente envolvido continuavam a fazer com que o Sinalizado
assim continuasse, Sinalizado.
Já no final da adolescência o
Sinalizado envolveu-se em algo de mais grave e sucedeu uma tragédia que
encurtou a sua vida.
Muita gente que conhecia o
Sinalizado se interrogava e dizia ter dificuldade em perceber como podia tal
vida ser vivida por um Sinalizado. Até foi notícia de rodapé em alguns jornais
mais dados a estas coisas que acontecem aos Sinalizados.
Mas isto, desculpem lá, foi só
uma história triste e sem jeito. Os Sinalizados raramente entram em histórias
bonitas e bem contadas.
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