quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU

Era uma vez um Rapaz. Andava na escola mas não gostava muito. Não era bom aluno. Havia muitas coisas que não sabia e, para dizer a verdade, nem percebia bem porque precisava de saber parte das coisas que lhe queriam ensinar. Como não estava interessado, acabava por não se comportar muito bem nas aulas. Lá na escola não gostavam muito dele, nem os professores, nem muitos colegas, o que não parece estranho. Bom, o Manel e o João que eram assim como o Rapaz, gostavam dele e os três davam-se bem.
E a sua vida lá ia andando, entre os ralhetes dos adultos, o desgostar das aulas e as asneiras com o Manel e o João.
Um dia, ao sair de casa a caminho da escola, ia a pensar em mais um dia igual aos outros, quando na sua frente vê um enorme espelho. Mesmo muito grande. Espantado olhou para o espelho, à espera de ver devolvida uma imagem sua tamanho gigante, mas não foi isso que viu. O espelho só tinha escrito frases que, a custo, começou a ler. “Rapaz, não prestas”, “Rapaz, não sabes”, “Rapaz, não és capaz”, “Rapaz, não vais ser alguém”, “Rapaz, só fazes asneiras”, “Rapaz, os teus amigos são tão maus como tu”, “Rapaz, não vales nada”. Não leu mais. Pegou numa enorme pedra e, com raiva, estilhaçou o espelho.
O Rapaz apanhou um castigo grande porque não se podem partir os vidros da escola.

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