sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PROFESSORES AO ANO, PROFESSORES AO MÊS, PROFESSORES A DIAS

No universo da educação a unidade temporal de trabalho é o ano lectivo. É no fim de cada ano lectivo que, após avaliações intermédias pautadas pelos três períodos em que se organiza, se avalia o sucesso do trabalho dos alunos, dos professores, das escolas.
Nesta perspectiva, a celebração de contratos mensais com os professores, hoje conhecida, independentemente da sua cobertura legal, é algo de incompreensível.
Não estamos a falar de um serviço prestado transitoriamente, durante um mês ou dois por uma qualquer razão, estamos a falar de um professor que tem como expectativa trabalhar, pelos menos, o ano lectivo com os seus alunos, mas que para tal efeito celebra contratos mensais.
Este processo de uma precariedade incompreensível, implicará, do meu ponto de vista, uma situação de pressão psicológica e de ansiedade pouco positivas para a qualidade do trabalho dos professores nesta situação.
Não deixa de ser dramaticamente curioso verificar que envolvido em tanta conversa sobre a carreira, a avaliação dos professores, a qualidade, etc., surge algo de tão estranho como a contratação mês a mês de um professor que se supõe e espera que desenvolva o seu trabalho com tranquilidade e eficácia.
Não sei qual será a justificação e o impacto financeiro de tal medida que, do ponto de vista estritamente educativo, me parece desastrosa e dificilmente sustentável.
A educação, tal como todas as áreas, deve evitar o desperdício e aceitar contenção nos custos. Mas existem limites a partir dos quais a opção mais barata sai sempre muito mais cara.
Será que a seguir, vamos ter os professores a dias?

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