terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

NOTAS DO CARNAVAL

Notas do Carnaval.
Não simpatizo com a ideia de incentivos de produtividade aos cirurgiões do SNS, designadamente aos responsáveis por transplantes. Parece-me preferível que sejam mais bem pagos e não dependentes de prémios indexados a valores como: um coração 25000€, uns pulmões 55000€, um fígado 55000€, já uma córnea vale só 1600€. Os cartazes no talho têm a mesma elegância.
Um texto de crítica literária solicitado pelo Expresso a uma sua habitual colaboradora sobre o último livro de Miguel Sousa Tavares, não terá sido publicado pelo jornal pois batia forte no produto. Atreveu-se a dizer menos bem de uma das vacas sagradas do momento. Pensa que é o Vasco Pulido Valente ou quê?
O Director da PJ retirou o tapete aos seus homens com as declarações que fez sobre o caso Maddie. Um chefe competente e com capacidade de liderança não se faz por nomeação política.
Cerca de 40% dos efectivos da PSP podem ver-lhe retiradas as armas por reprovação nos testes de tiro. Já me tinha parecido que, demasiadas vezes, as nossas polícias não acertam onde devem, acertam onde podem. Sempre nos mais fracos.
O Conselho Nacional de Educação aconselha o Governo a deixar cair a mudança na gestão das escolas e a melhorar o que já existe. Estão a brincar. Então e o ímpeto reformista traduzido numa diarreia legislativa frequentemente ineficaz, avulsa e caótica.
O Ensino Superior, público e privado, está a ser pressionado pela tutela para encerrar cerca de 200 cursos com menos de 20 alunos. É imprescindível uma racionalização dos recursos e da oferta de formação, de cuja regulação, aliás, o Ministério se tem demitido, mas a Universidade não pode, não deve, andar a reboque exclusivo do mercado, tem de criar valor e inovação que necessariamente correspondem a nichos.
Dezenas de titulares de cargos políticos solicitaram ao Tribunal Constitucional que mantivesse inacessível à opinião pública as respectivas declarações de rendimento a que por lei estão obrigados. Certamente em nome da transparência.
Segundo o INE, em 2006 25% dos portugueses não têm acesso a rede de esgotos. Está explicada fertilidade dos nossos solos e a poluição das ribeiras.
Dados oficiais referem que os casos reportados de violência doméstica têm aumentado sempre ao longo dos últimos 8 anos. Tragicamente, nesta situação e contrariamente às intenções da ASAE, a tradição continua a ser o que era.
Carnaval? Estou cansado.

Sem comentários: