quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

HÁ UM ANO

A idade, para além de todas as outras consequências, vai instalando em nós uma relação diferente com o tempo. Há muitos anos tinha a ideia de que mesmo envolvido em muitas coisas, tudo cabia no tempo. Hoje, predomina a sensação de que o tempo é breve, que cada hora tem segundos a menos, cada mês tem dias a menos e cada ano tem semanas a menos. Apesar de querer ser optimista tenho mais caminho andado que caminho para andar. Provavelmente é por isso que cada vez mais parece faltar o tempo para tudo o que ainda não está feito.
Serve esta introdução para referir que este espaço se iniciou há 350 mensagens atrás, em 6 de Fevereiro de 2007, ontem, portanto. Lá está o tempo a fugir. Quando o iniciei, a título de experiência, fi-lo sem grande convicção porque assenta em algo que para mim não é fácil, escrever. No entanto, também me deixei seduzir pela ideia de que, procurando ser e estar atento ao que anda à minha volta, poderia ser engraçado ter um espaço de partilha dessas atentas inquietações para lá da esfera profissional, com a curiosidade de não saber com quem. De início foi mais difícil devido à escrita, sou um pouco como aquele miúdo que para justificar as suas dificuldades dizia, ”eu quero escrever mas a minha mão não deixa”. Depois criei uma espécie de adição, todos os dias estou a pensar sobre o que, e quando vou escrever e tem ficado mais fácil. Estou a gostar de aqui andar, veremos até quando. Entendo a atenta inquietude como uma condição de vida da qual não prescindo.
Agradeço a vossa companhia neste andar e que o tempo vos seja leve.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que o meu amigo faz é comunicar coisas sérias, por vezes usando de ironia e sarcasmo para aligeirar alguma gravidade existente.
Mas comunicação tem que ter dois sentidos senão passará a solilóquio.
Estou em crer que as pessoas em relação a este blog, estão menos atentas.
Resta-me dar os parabéns ao blog e como prenda oferecer-lhe um hino á MOCIDADE.

A mocidade esplêndida, vibrante,
Ardente, extraordinária, audaciosa,
Que vê num cardo a folha duma rosa,
Na gota de água o brilho dum diamante

Essa que fez de mim Judeu Errante
Do espírito, a torrente caudalosa,
Dos vendavais irmã tempestuosa,
Trago-a em mim vermelha, triunfante!

No meu sangue rubis correm dispersos:
Chamas subindo ao alto nos meus versos,
Papoilas nos meus lábios a florir!

Ama-me doida, estonteadoramente,´
Ó meu amor! que o coração da gente
É tão pequeno...E A VIDA, ÁGUA A FUGIR...

DE: Florbela Espanca

Saudações