quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

AS ESCOLAS DEVERIAM ESTAR ABERTAS À NOITE

Ontem referi-me à extensão do conceito de Escola a Tempo Inteiro ao 2º ciclo tendo afirmado que os alunos já passam muito tempo na escola e temer alguns efeitos desta medida. Por coincidência, o DN de hoje mostra que, actualmente, um aluno de 6º ano, por exemplo, passa cerca de 39 horas na escola se não sair à hora de almoço, o que acontece a muitos. Se, como se pretende, as escolas organizarem as Actividades de Enriquecimento Curricular no período final do dia, os alunos estarão na escola entre as 8:30 e as 17:30, o que dá a bonita conta de 45 horas. Se avançar como previsto o chamado “apoio à família” para mais duas horas, 17:30 às 19:30, haverá alunos que estarão 55 horas, sim 55 horas na escola. Fantástico! Considerando que a CONFAP (representante dos pais) aplaude e afirma esta absoluta necessidade porque os pais trabalham, sugiro que se considere a possibilidade de as escolas poderem, em alguns dias da semana, funcionar até às 24 horas pois os pais também precisam de algum divertimento e vida cultural e não têm a quem deixar as crianças que sós não devem ficar por razões óbvias.
A sério, para resolver a enorme dificuldade dos pais não podemos exclusivamente aumentar o tempo de permanência dos alunos na escola. Temos necessária e urgentemente de alterar a organização do trabalho e das carreiras de modo a que tenhamos horários mais flexíveis e modalidades de prestação de serviços mais compatíveis com vida familiar de qualidade. Estas medidas teriam ainda, a experiência de outros países mostra isso, impacto na natalidade pois uma das mais fortes razões do abaixamento dos nascimentos é a incompatibilidade sentida entre a paternidade e a vida profissional tal como a temos organizada. Assim, temos que alterar esse modelo de organização em vez de deixar as crianças cada vez mais tempo na escola. Por mais entretidas que estejam.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não vejo problema nenhum em os jovens cumprirem 35 horas semanais nas instalações escolares.Poderia ser encarado como uma adaptação á sua futura vida profissional.
É evidente que requeria meios tecnicos de pedagogia, especializados na área do lazer; diversão e entretenimento, ou seja ocupações agradáveis sem perder de vista o intuito educacional.
Não só despreocupava um pouco os pais durante o dia de trabalho (talvez produzissem mais) como tirava alguns jovens da rua.
A rua e a falta de vigilância não é boa conselheira.

Enquanto a organização do trabalho e das carreiras (como o amigo diz) não permite horários mais flexíveis de modo a que os pais se organizem de maneira a zelarem melhor dos filhos, a escola a tempo inteiro poderia minimizar os riscos.

Prestação de serviços compatíveis com vida famíliar de qualidade, em Portugal e de modo generalizado, vamos estar de acordo; PERFEITA UTOPIA!!!


Saudações