sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

MUNDO DE PRESSA

(Foto de Paulo Lisboa)

Depressa. Vá, despacha-te. Então? Anda. Não te demores. Já estamos à espera. Mexe-te. Olha que te atrasas. Sempre a última. Olha as horas. Mais rápido. Parece que estás a dormir. Acaba isso.
Chega! Estou farta deste mundo de pressa. Vou juntar dinheiro e comprar um saco de tempo. Vão ver. Vou ficar com um grande monte de tempo só para mim. Vou fazer do meu tempo o que eu quiser. E se me pedirem, até dou um bocadinho de tempo a quem tiver pouco.

1 comentário:

Anónimo disse...

Vida nos pede do tempo estreita conta
E é forçoso dar contas á vida,do tempo.
Mas como dar ao tempo, tanta conta
Se se perde,sem conta, tanto tempo?

Para fazer o tempo a minha conta
Dado me foi, por conta,muito tempo.
Mas não cuidei do tempo e foi-se a conta,
e eis-me agora sem conta, eia-me sem tempo.

Ah! Vós que tendes tempo e tendes conta
Não o passeis, sem conta, em passatempo.
cuidai, enquanto é tempo o terdes conta.

E, se quem isto conta do seu tempo,
Tivesse feito a tempo apreço e conta,
Não chorava sem conta, o não ter tempo.

Autor: Frei Castelo Branco


Peço mil perdões ao autor por ter dado um cunho pessoal (ateista) a este excepcional poema e ter substituido a palavra Deus por VIDA. Acho que a VIDA é o DEUS Supremo da Humanidade.

Meu amigo, por muito que se faça na vida, fica sempre algo por fazer.

Por isso nunca vou esquecer a sua generosa oferta! Muito obrigado.

Saudações.