A rotina diária de leitura da imprensa deixa-me sempre num estado ambivalente.
Por um lado, sinto-me
"obrigado" a estar atento ao que se vai passando, por outro lado, inquieta-me o que vou sabendo sobre o estado do mundo, o enorme sofrimento em que tanta gente (sobre)vive e a impotência face à incapacidade de mudança e de aprendizagem com a
história.
E amanhã, no dia depois de amanhã
e no dia depois do dia depois de amanhã, vamos, de novo ler as mesmas notícias,
com as mesmas consequências, os mesmos protagonistas medíocres, sem escrúpulos
nem valores, numa estranha forma de habituação acomodada.
Entretanto, lembrei-me da Cantata
da Paz, da Sophia de Melo Breyner, “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos
ignorar”.
Mas, como sabem, os poetas não
sabem das coisas da vida, são uns fingidores. Nós, vemos, ouvimos e lemos e
sempre, sempre, vamos ignorar.
Para não ignorarmos merece
leitura e reflexão, “Numa escola em França: José Manuel. Maria de Fátima. Américo. Ana Maria. Felicidade” de Marine Santos. É evidente que os
protagonistas do episódio terrorista que motivou este texto continuarão a
ignorar, é sua condição, ignorantes e sem valores.
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