terça-feira, 29 de julho de 2025

A VOZ DAS MINORIAS

 Foi divulgado o Relatório Anual de 2024 sobre Prática de Actos Discriminatórios em Razão da Deficiência e do Risco Agravado de Saúde elaborado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação. Foram registadas 257 queixas de violação da lei que “proíbe e pune a discriminação em razão da deficiência e da existência de risco agravado de saúde”.

Este número significa algo como uma média de cinco queixas por semana. Em 2023 registaram-se 201 e em 2022 foram recebidas 159.

A maioria das queixas por discriminação está associada a acessibilidades, "recusa ou limitação de acesso aos transportes públicos, quer sejam aéreos, terrestres ou marítimos", 78 casos, 32% do total, "recusa ou limitação de acesso ao meio edificado ou a locais públicos ou abertos ao público", 62 casos que correspondem a 25% do total.

É certo que as queixas conhecidas sobre eventual discriminação, tal como noutras áreas, são sempre uma parte pequena do que na verdade acontece e também não é claro se estamos em presença de um aumento de casos de discriminação, se de mais queixas apresentadas ou de ambas as hipóteses como me parece mais provável.

De facto, como muitas vezes refiro, a voz das minorias é sempre muito baixa, ouve-se mal, existem variadíssimas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência, designadamente saúde, acessibilidades, educação, apoio social, qualificação profissional e emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes. 

Importa também sublinhar que os direitos fundamentais não são de geometria variável em função de contextos ou hipotecados às oscilações de conjuntura.

Muito já se conseguiu, muito já se mudou.

Está ainda quase tudo para fazer.

Sem comentários: