Ficámos a saber que o ME colocou 6,5 milhões de euros ao dispor das escolas para que estas pudessem proceder à substituição dos computadores avariados a tempo de realizar em formato digital as provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º bem como as provas finais do 9.º.
As escolas, de acordo com Filinto
Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas
Públicas, e Manuel Pereira, da Associação Nacional de Directores Escolares, foram
apanhadas de surpresa e não receberam orientações relativas aos procedimentos
administrativos habituais e exigidos nos processos de aquisição.
Por outro lado, o recurso aos
professores de informática para o desempenho de técnicos de informática, para
além da questão das funções que lhes tão cometidas, também não resolve os
muitos problemas das escolas.
A teimosia com que o ME insiste
num caminho, a chamada transição digital, que claramente está a ser questionado em muitos sistemas educativos que reajustam a forma como os recursos digitais
devem ser usados nas escolas e salas de aula, leva a uma espécie de fuga em frente que temos
dificuldade em atender.
Acresce que todo este processo parece
informado pela conhecida lei de Murphy que se pode traduzir em algo como “o que
o que pode correr mal, está mesmo a correr mal”. Numa versão mais portuguesa
podemos recordar a muito conhecida “cada cavadela, cada minhoca”.
Continua a divulgação de inúmeras
dificuldades e de diferente natureza que as escolas, professores e alunos estão
a sentir com os recursos informáticos, desde questões de natureza técnica,
qualidade dos equipamentos e do acesso a rede, avarias e dificuldades de
reparação, às de natureza administrativa(?), garantias caducadas ou dificuldade
de substituição, por exemplo.
Queria muito estar enganado, os
meus netos também realizam este ano provas de aferição, mas creio que as
dificuldades e assimetria de recursos possam ter um impacto negativo e potenciem
disparidade entre escolas e alunos,
Esta fuga para a frente rebocada
pelo deslumbramento com o novo mantra, transição digital, poderá gerar problemas
de que ninguém assumirá a responsabilidade.
Nada de novo. Lamentavelmente.
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