A meio das férias escolares da Páscoa e num dia de encontro em muitas famílias, deixem-me recuperar umas notas relativas aos mais novos e aos que deles cuidam, os pais, sobretudo, mas também os professores.
Não é raro que a entrada na
pré-adolescência e adolescência seja acompanhada pelo aparecimento de uma
irritante comichão decorrente das "borbulhas" do crescimento. Ainda
menos raramente, os pais dos miúdos que entram nesta fase desenvolvem também
uma fortíssima comichão resultante dos comportamentos, nem sempre esperados ou
entendidos, dos seus miúdos.
A esta fase de comichão em filhos
e pais corresponde também com alguma frequência uma espécie de afastamento e
abaixamento dos níveis de comunicação recíprocos o que, naturalmente, acentua a
comichão que sendo ela irritante, acaba por deixar todos muito irritados.
Como também é previsível nestas
idades, os miúdos tendem a procurar os anti-histamínicos junto dos amigos que,
claro, também atravessam um período em que sentem a comichão do crescer e
"padecem" das mesmas inquietações.
Por outro lado, os pais, muitas
vezes assustados, não sabem como procurar os miúdos e viram-se, na melhor das
hipóteses para outros pais com comichão e falam deles, dos filhos, não falando
com eles, os filhos. Na pior das hipóteses, os mais assustados escondem, tentam
esquecer e não sentir a preocupação com a comichão, esperando que a simples
passagem do tempo, que se deseja rápida, a cure.
Talvez fosse de recordar que a
comichão do crescer é algo de absolutamente natural e, como talvez se lembrem,
nem sempre é fácil crescer, ficar diferente.
Assim, a gente mais crescida,
mais experiente, estando atenta aos sinais, pode contribuir para tranquilizar
os miúdos, não se assustando, dando-lhes espaço e tempo para perceber que vão
ser capazes de lidar com a comichão do crescer.
Talvez o tempo de férias que se
está a passar proporcionar mais algum desse tempo e desse espaço. Será bom para
todos.
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