domingo, 8 de fevereiro de 2009

O CAPITAL, POR FRANCISCO LOUÇÃ

Hoje, finalmente um sábado sem chuva no meu Alentejo, deu para realizar algumas tarefas em atraso. Charruar terra para semear as batatas, arranjar os criadores e deixar já semeado o cebolinho da cebola babosa, a que dá para pôr mais cedo e é mais tenra, depois logo pomos a saloia e a de Setúbal. Deu para desmatar as canas à volta das nascentes e apanhar uma bela mão-cheia de espargos, à custa das habituais arranhadelas dos espargueiros que não nos dão os espargos sem luta. Lamentavelmente, nesta tarefa perdi uma companheira de petiscos de há muitos anos, a minha navalha de estimação. Ainda tenho esperança de a encontrar quando a erva secar. Esta lide deixou pouco tempo para a informação. No entanto, na altura do almoço ouvi uma breve referência à Convenção do BE e fiquei impressionado. Apanhei o Dr. Louçã a explicar aos militantes e às militantas do BE o que é o capitalismo. Dizia o Dr. Louçã que se colocarmos dois coelhos, melhor um coelho e uma coelha, num buraco, depois, vão aparecer coelhinhos. Bravo. No entanto, se noutro buraco colocarmos duas notas de 100€, não vão aparecer notas de 20€, Isto é que é o capitalismo, concluiu o Dr. Louçã, o capital não gera nada, o trabalho gera. O trabalho? Então o coelhinho e a coelhinha no bem-bom é trabalho? Já parece a Dra. Ferreira Leite que acha que o casamento é para procriar, não é para andar a gozar sem rendimentos. Francamente Dr. Louçã. Ainda por cima creio que se as duas notas de 100€ fossem para um buraco num off-shore, ou para as mãos do especulador Berardo, talvez depois aparecessem alguns eurinhos. Importa-se de repetir Dr. Louçã?

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