terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

MAIS VALE TARDE QUE NUNCA

Como o povo costuma dizer, “mais vale tarde, que nunca”. A intervenção do Ministro das Finanças no sentido de clarificar que os apoios ao BPP apenas envolverão a salvaguarda dos depósitos e não os investimentos ligados à chamada “gestão de fortunas”, só peca por tardia. De facto, proteger os interesses ligados a fundos de investimentos, de natureza muitas vezes especulativa, era incompreensível e inaceitável. Acresce ainda que a protecção desses interesses seria sustentada com garantias do Estado e, como sempre, lá estaríamos nós a pagar os desvarios especulativos e erros de gestão de uma minoria, que não se dispõe, nunca, a partilhar lucros, mas que está na primeira linha a reclamar ajudas quando as coisas correm mal. Desta vez, andou bem o Ministro das Finanças, pode ser que se habitue.

PS – Ontem à noite vi uma peça num jornal televisivo que, embora compreenda, me incomodou. A propósito da crise, constata-se que se produz menos lixo porque baixa o consumo, o que tem efeitos positivos de natureza ambiental. Entende-se mas a oportunidade e a linguagem utilizada não foram felizes. Estiveram quase a dizer que, quando o pessoal estiver a pão e água, sem sair de casa porque não tem emprego e a não comprar porque não tem dinheiro, então a produção de lixo baixa ainda mais e o ambiente agradece. Tenham decoro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os "amigos" dos interesses já estão salvos:
- Enquanto escrevo, ouço um frente-a-frente em que intervém o inenarrável senhor Neto do PSD que agora, passados mais de 2 meses sobre o eclodir do "cacto" BPP, finalmente já pode "arrotar postas de pescada" sobre o caso. Aparentemente, poucos repararam no silêncio conveniente a que se sujeitaram as forças políticas com assento parlamentar durante este "interlúdio". Agora falam todas, e em uníssono: Hossana!!! O (des)governo agiu bem (pela 1.ª vez em quatro anos)!!!